As Aventuras de Nando & Pezão

“Sangue do Meu Sangue”

Capítulo 7 – É Foda

Quando o guri voltou para os meus braços a crise de espirros parou imediatamente.

— Que fofo!!! — disse Sonisvalda, olhando para o guri em meus braços. — Nunca o vi assim tão calminho como ele ficou com você, Nando.

— Nem eu estou acreditando. — falei. — Nunca me dou bem com criança. Eu sempre derrubo.

— Selá que você é o ...

— Opa! — falei. — Muita calma nesta hora.

De repente passou uma morenaça muito gostosa do meu lado e juro pra vocês, o guri ficou encarando os peitos da mina.

Fodeu!!! Deve ser meu filho mesmo.

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Sei lá, não achei o guri parecido comigo. O moleque é feio demais, fala sério!

— Porra, este pirralho está com defeito!!! — repetia Pezão, frustrado pra cacete. Ele não conseguiu pegar o moleque no colo sequer uma vez. Juro que quase fiquei com pena dele. Quase.

— Já são mais de 11 horas, precisamos ir. — falei.

— Você sabe onde fica esta droga de clínica? — perguntou Pezão.

— Nem sei. Só o Mamute.

— Onde é que a gente acha aquele gordo do caralho esta hora?

— Deve estar dormindo.

E estava mesmo. Fomos até sua casa e Mamute nos recebeu com sua ilustre cueca samba-canção do Palmeiras. Ninguém merece uma imagem como esta logo cedo.

— Acorda, seu porra! — gritei, tentando despertá-lo.

— Caralho, o que vocês querem de mim? — respondeu ele, retirando remela dos olhos e coçando sua gigantesca bunda gorda, branca e cabeluda.

— Só você sabe onde fica aquela clínica dos infernos — disse Pezão.

— Então vocês vão fazer o exame de DNA mesmo?

— Vamos.

— Então um de vocês já é papai? Mas quem é a biscate?

Comecei a rir. Sonisvalda ficou puta da vida.

— Calalho, biscate é a sua vó!!! — gritou ela, socando o vidro do carro e encarando Mamute com um olhar enraivecido.

Quando Mamute percebeu a presença de Sonisvalda no banco de trás sua pele ficou mais branca do que de costume.

— Caralho, Mamutão, viu fantasma? — perguntei.

Ele se aproximou do carro, sem tirar os olhos de Sonisvalda. De repente disse:

— Eu te conheço de algum lugar.

— Sei lá, não fleqüento jardins zoológicos — respondeu Sonisvalda, ainda fula da vida com ele. Pezão e eu caímos na gargalhada com a resposta da Cebolinha cover.

— Não, sério, eu te conheço de algum lugar.

— Não cleio.

— Já sei!!!

— Porra, Mamute, não precisa cuspir!!! — falei, enquanto limpava meu rosto todo molhado.

— Eu comi você na festa do Coruja!!!

Como é que é ???????????

— Caralho, fala sério! — falou Pezão, rindo.

— É, Mamutão, pára de zoar.

Mamute estava ficando cada vez mais branco. Será que ele está dizendo a verdade? Olhamos para trás e Sonisvalda estava mais vermelha que um pimentão.

— Ele está brincando, não é? — perguntei pra ela.

Ela engoliu seco e disse:

— Clalo que está, eu nunca tlansalia com um gordo feio como este.

Mamute quase soltou fogo pelas ventas ao ouvir isso.

— Gordo feio o caralho!!! E você me chama de gordo feio agora, não é? Quando eu te peguei de quatro lá na garagem do Coruja você não me falou isso!!!

Olhei feio para Sonisvalda e refiz a pergunta:

— Meu, fala sério, você deu pro Mamute também?

— Ah, sei lá, acho que sim. Eu já disse, eu estava descontlolada.

Pezão olhou pra Cebolinha cover e soltou o maior esporro:

— Cacete, mina, você deu pra todo mundo naquela festa? Fala sério!

— Olha como fala comigo, hein!!! Nem dei.

— Sei lá se deu, só sei que pra mim ... deu. — disse Mamute.

— Só falta ter sido sem camisinha também. — falei.

— Claro que foi sem camisinha — respondeu Mamute. — Acha que alguém usou camisinha lá na festa do Coruja? Aquilo lá foi a maior suruba que a cidade já viu. Dizem que tem foto nossa num site da internet.

— Caralho, qual site?

— Sei lá, ouvi dizer. Não manjo disso.

Ficamos ali sentados sem saber o que dizer por alguns segundos. Até que Sonisvalda soltou alguma coisa:

— Não acledito que tlansei com uma baleia gorda e feia como esta.

Por sorte Mamute não ouviu.

— Bom, agora foda-se, — disse Pezão. — Mamute, vai lá pegar a grana.

— Grana, que grana?

— Seu bosta, você comeu a Cebolinha também, o moleque pode ser seu.

— Cebolinha o calalho!!! — gritou Sonisvalda, dando socos no banco do Pezão.

— Mas minha namorada já está esperando uma criança! — retrucou Mamute.

— E daí? — falei. — Mais um motivo pra você ser suspeito. Seus espermas são espertos. Provavelmente mais espertos do que seu cérebro de minhoca.

Mamutão mostrou aquele famoso dedo pra mim.

— Meu, não acredito nisso. — disse ele, coçando mais uma vez sua bunda gorda. — se a minha mina descobre que tenho filho com outra ela me mata.

— Azar o seu — disse Pezão. — Vai lá pegar sua carteira pra fazermos logo esta porra de exame.

Mamute fez uma cara de poucos amigos, coçou a cabeça, e por fim disse:

— Vou só me trocar e já volto. Puta merda, tomara que este filho não seja meu.

Quando Mamute virou de costas uma visão aterradora quase nos cegou, quase metade da sua bunda monstruosa estava à mostra. De repente alguém gritou:

— Olha o cofrinho!!!!

Todos procuramos pelo autor da frase, até que avistamos alguém perambulando pelo outro lado da rua. Acreditem se quiser, era ele ...

— Zé Biruta? — disse Pezão.

— Caralho, é ele mesmo.

— Mas como é que este filho da puta veio parar aqui tão rápido?

— Sei lá.

Mamute começou a demorar pra voltar.

— Porra, já está quase na hora do nosso exame — falei. — A analfabeta marcou para o meio-dia.

Pezão buzinou umas cinco vezes seguidas.

— Anda logo, gordo do caralho!!! — gritou ele.

— Seja quem for, — falou Sonisvalda, após um longo período quieta — o Rodligo vai ter um pai super educado, hein!

— Fica na tua aí, Cebolinha, eu acho até que está faltando gente pra fazer esta porra de exame.

Tudo bem que Pezão foi duro demais com a biscate, mas o pior é que eu acho que ele teve razão no que disse. Meu, fala sério, pra quantos mais será que ela deu aquela noite? Se o negócio continuar assim eu vou precisar fazer um exame de HIV logo após o de DNA, só por precaução.

Minutos depois Mamute finalmente apareceu. Sentou-se no banco de trás, ao lado de Sonisvalda e o pequeno Rodrigo.

Nem bem ficaram lado a lado e Sonisvalda me solta uma dessa:

— Ah, fala sélio, se o Rodligo for seu filho eu me jogo de uma ponte.

Olhei no espelho retrovisor e vi a cara do Mamute, o cara se segurou pra não esganar o pescoço da mina.

— Se eu for o pai deste moleque com cara de sapo eu me jogo da ponte junto com você, biscate!

De repente algo aconteceu dentro do carro, algo terrível, algo monstruoso, algo estupidamente nojento e asqueroso.

— Porra, Pezão, vai tomar no olho do seu cu!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! — gritei com todas as forças do meu pulmão.

Galera, Pezão soltou um peido tão rasgador, mas tão rasgador, que aposto que o banco do carro foi pra casa do caralho. Abri a porta do carro e corri pra fora o mais rápido que pude. Salve-se quem puder!!!!!

O maldito cheiro levou menos de cinco segundos pra invadir a parte traseira do carro, mas quando invadiu Mamute e Sonisvalda pularam dali feito duas pererecas competindo nos Jogos Olímpicos. O único que não se deu ao trabalho de sair do carro foi justamente o dono do peido.

— Fala sério, Pezão, comeu um urubu vivo??? — disse Mamute, com os dedos no nariz.

— Acho que o Rodligo moleu! — gritou Sonisvalda, apavorada. — Ele não está respilando! Não está respilando!

— Porra, ele está certo! Melhor nem respirar mesmo! Melhor pra ele!

— Não, é sélio!!! Ele não está respilando!!!

— Faça o seguinte, afaste-o do carro. Esta área está contaminada.

A Cebolinha cover levou o moleque pra longe do carro e nem preciso dizer que eu estava certo, não é?

— Ele voltou a respilar!!! — gritou ela, com um sorriso gigantesco nos lábios.

— É claro, — falei. — o moleque é esperto.

— É mesmo? — disse Mamute. — Fica com ele então.

De repente ouvi um choro baixinho. O choro vinha de dentro do carro. Mamute também ouviu o choro. Demos a volta e lá estava o Pezão, chorando feito uma criança perdida no parquinho.

Bati no vidro duas vezes. Pezão nem se deu conta. Bati mais duas vezes, aí ele percebeu e abaixou o vidro. Nem olhou pra mim, continuou chorando e olhando o nada. Aproximei-me de leve, pois o maldito cheiro ainda estava ali. Tapei o nariz e falei:

— Nem precisa me dizer nada, acho que já sei o que aconteceu. O efeito da balinha do caralho voltou, estou certo?

Ele acenou com a cabeça, fazendo sinal de positivo. Mas continuou olhando para o vazio. Parecia estar em transe.

Outro peido. Daqueles rasgadores. Se o primeiro não rasgou o banco, este sim. Afastei-me da porta do carro, mesmo com o nariz protegido. Acho que foi reflexo. Pezão caiu num choro ainda maior, mas desta vez ele sussurrou algo:

— Meu, eu juro que mato aquele pirralho dos infernos, eu mato, mato, farei pedacinho daquele pau-no-cu dos infernos, vou cortá-lo em vários pedaços e fazer um puta churrasco pra comemorar, com seu sangue farei caipirinha pra galera, depois eu ....

— Vai com calma aí, o moleque é seu irmão.

Pezão fechou a outra porta do carro e deu a partida.

— Oh, espera aí, aonde você vai? — gritei.

— Preciso dizer?

— Porra, mas está na hora do nossa exame!

Pezão desligou o carro, deu um soco no volante, suspirou forte, depois disse:

— Bosta, maldito exame do caralho!!!!!!!!!!!!!! Entra logo aí e vamos acabar logo com isso.

Acenei para a Cebolinha cover, fazendo-lhe sinal para vir até o carro.

— Já está segulo? — gritou ela.

— Já, o cheiro já foi embora! Pode vir!

Assim que entramos todos no carro Pezão soltou outro daqueles gases estupidamente asquerosos. Meu, vocês podem até fazer uma leve idéia de como são estes peidos, mas eu torço para que vocês jamais venham a presenciar um fenômeno como este mais de perto. É algo tão forte que dá pra se ter uma noção de como o inferno deve ser.

Quando nos preparávamos para deixar o carro Pezão disse:

— Se saírem do carro eu largo todos vocês aqui. Tenho um assassinato urgente pra cometer. Vocês me entenderam?

Protegemos nossas narinas o máximo que conseguimos e permanecemos no carro. Pezão saiu cantando os pneus, como sempre.

Mamute foi mostrando o caminho e finalmente encontramos a maldita clínica. A porcaria fica num bairro afastado da cidade, pra não dizer na roça mesmo. É impressionante como a gente vive caindo nestas bocadas. Já perceberam? Só falta a gente encontrar o Macaco Virgem fazendo exame de próstata. Ninguém merece.

Descemos do carro e um rapaz de bicicleta quase atropela a Cebolinha cover e Rodrigo.

— Calalho, não olha pla onde vai??? — gritou ela, puta da vida.

— Perdão, moça! — disse o rapaz, enquanto freava a bicicleta.

— Doutor, é o senhor? — gritou Mamute, olhando para o cara da bicicleta.

— Mamutão, é você?

O cara largou a bicicleta na calçada e deu um abraço no Mamute.

— Você está em ótima forma física, hein! — disse o rapaz da bicicleta.

Ótima forma física? Eu ouvi bem? É por isso que ele quase atropelou a Sonisvalda, o cara deve ser completamente cego.

— Muito obrigado, Doutor, graças a você. Aquele purgante que o senhor me receitou foi ótimo.

— Só fiz minha obrigação. Bom, estou muito contente por vê-lo assim tão bem. Peço desculpas, mas estou atrasado, tenho pacientes me esperando.

— Nossa, mas é claro, muitas vidas pra você salvar.

— Ou cuzinhos para aliviar, como diria um velho amigo meu.

Ambos caíram na gargalhada. Depois o cara pegou sua bicicleta caindo aos pedaços e entrou feito um maluco pelos portões da clínica.

— Nunca vi médico andando de bicicleta. — disse Sonisvalda.

— E caindo aos pedaços. — acrescentei. — Nem pedal a bagaça tinha.

— E daí que ele não tem carro? — disse Mamute. — Vocês são um bando de nojentos, isso sim. Eu só sei que ele curou minha caganeira e pronto. Estou pouco me lixando se ele vem trabalhar de Ferrari ou de Monareta.

Puta merda, a fachada da clínica é tosca demais. Vocês não fazem idéia. O lugar é uma casa caindo aos pedaços. O muro pichado com palavrões de todos os tipos e naipes. O portão está mais enferrujado que os destroços do Titanic. No jardim tem uma placa bem grande escrito com letras garrafais: CRINICA XURUPITA. Detalhe, onde está escrito Xurupita nota-se que foi pintado à mão, tudo torto. Meu, muito tosco. Mas pra falar a verdade eu estou cagando e andando, o exame vai me custar só 80 paus mesmo.

Entramos na clínica e ficamos espantados com a quantidade de gente. Tudo bem que os preços são ótimos e seria normal encontrar uma multidão como esta, mas como eu já disse antes, o lugar é muito afastado e duvido que alguma empresa de ônibus passe por aqui perto. Acho que nem perueiros se arriscariam a tanto. Além disso eu nunca tinha ouvido falar neste lugar, como tem tanta gente assim que conhece? Eu, hein!!! Sinistro.

Já que estamos aqui ... ajoelhou tem que rezar. Pelo menos vou finalmente conhecer a recepcionista analfa. Se for tão feia quanto é burra ... melhor eu ir embora agora ou vou ficar traumatizado pelo resto de meus dias aqui na Terra.

Avistamos a recepção. Lá estava ela, a moça imbecil. Imbecil, porém gostosa pra caralhoooooooooooooo!!! Quase tive uma ereção ao vê-la. Deus sabe das coisas, Ele não seria capaz de fazer alguém tão idiota e não lhe dar nada em troca. A recepcionista é uma tremenda de uma asiática. Juro que nunca vi uma japonesa tão linda e gostosa em toda a minha vida. Seus cabelos negros, lisos, cortadinhos na altura das orelhas deixaram seu rosto ainda mais lindo e angelical. Seu narizinho pequeno e quase imperceptível a deixa com um ar misterioso. Sua boca larga e seus lábios finos me fizeram imaginar bobagens por alguns segundos, até que ela gritou:

— A gente podemos ajudar em alguma coisa?

O porra do Mamute já estava de frente para a mesa, praticamente debruçado sobre os peitos da japonesa analfabeta. Falando em peitos ... que decote!!!

— Oi, linda!!! — disse ele, demonstrando uma enorme intimidade com a japinha. — Quanto tempo, hein!!!

— Verdade — respondeu ela, sorrindo para o gordo do caralho. — E a caganeira, melhorou?

— Sim, hoje estou ótimo.

Mamute nem percebeu que todos na salinha estavam rindo dele.

— Não entendi, — disse a japa. — se está ótimo, o que veio fazer aqui?

— Além de ver você?

Ela sorriu gostoso pra ele. Maldito Mamute do caralho!!! Eu vi a japa primeiro!!! Bom, na verdade eu não vi, eu a ouvi, mas foda-se, eu quero ela pra mim.

Cheguei até a mesa e falei:

— Tínhamos um exame marcado para o meio-dia. Lembra? DNA. Nós conversamos pelo telefone algumas vezes. Eu contei a piada do passarinho.

— Ai, tadinho do passarinho! Não gostei daquela piada.

Pezão já chegou apelando:

— Porra, quando vamos fazer esta bosta de exame ?????????????????????

Ao terminar a frase Pezão soltou mais um dos seus gases intoxicantes. Esvaziou a pequena salinha. Só ficamos nós e a japonesa gostosa.

— Abaixa aí, pessoal!!! — gritou a japinha, pulando pra debaixo de sua mesa.

— Calma, gata, o que foi? — disse o Mamute.

— Acho que os traficante está de volta!!! — gritou a japinha, escondida debaixo da mesa.

— Traficantes? — perguntei.

— Sim, ali atrás da crínica tinha uma boca-de-fumo e os traficante ficava trocando tiro. Acho que eles voltou.

— Ai, mina, você não fleqüentou a escola??? — disse Sonisvalda. — Fala sélio, você fala tudo elado!!!

Dei a volta na mesa e puxei a japinha de volta para o seu lugar, com delicadeza, é claro.

— Não se preocupe, — falei. — não são traficantes, foi só o meu amigo.

— Avisa o seu amigo que é proibido entrar armado na crínica.

— Ah, mas aquilo não foi tiro, foi ....

Pezão peidou outra vez, ainda mais alto e estridente do que o primeiro. A japinha pulou pra debaixo da mesa novamente. No momento em que Pezão peidava passava um médico todo apressado por nós, mas tal evento chamou sua atenção. Afinal de contas, de quem não chamaria? Nunca viram um peido assim na face da Terra.

— Quem fez isso? — perguntou o médico, olhando pra cada um de nós.

Todos apontamos para o Pezão, é claro.

— Filhos da puta, — resmungou Pezão. — custava ficarem quietos? Seus porras.

O médico chegou mais próximo do Pezão, examinando-o dos pés à cabeça, depois disse:

— Há quanto tempo você está assim?

— Assim como?

— Com FODA.

— Eu sempre fui foda.

— Não, eu disse FODA, efe, o, dê, a, que é a sigla de Flatulência Orgânica Dinâmica Arrítmica.

— O quê? — Pezão ficou mais perdido que cachorro na missa.

— É uma doença raríssima, acho que não vejo um caso como o seu desde mil, novecentos e lá vai bolinha.

— O senhor está me gozando.

— Por que eu estaria? É uma doença gravíssima.

— Gravíssima? — Pezão arregalou os três olhos. Acho que o de baixo foi o primeiro, pois logo após o Doutor dizer "gravíssima" Pezão soltou outro peido daqueles.

O médico se afastou um pouco e respondeu:

— Sim, se você permanecer assim por mais uma semana seu ânus poderá atingir 15 centímetros de diâmetro, sem mencionar outros agravantes.

— Quinze centímetros?

E Pezão desmaiou. Caiu feito um saco de batatas no supermercado.

— Preciso de enfermeiros, rápido!!! — gritou o médico.

Logo em seguida dois enfermeiros vieram correndo. O médico olhou para nós e disse:

— Seu amigo precisa de ajuda urgente. Precisamos operá-lo o mais rápido possível.

— OK — respondi, na maior calma. O médico e os enfermeiros continuaram me encarando, como se eu fosse dizer algo mais.

Por fim o médico me perguntou:

— Ele tem dinheiro pra pagar?

— Sei lá, acho que tem. — falei. — A mãe dele é grande advogada e ...

Antes que eu terminasse a frase o médico falou:

— Ótimo — e olhou para os enfermeiros. — O que estão esperando? Pra sala de cirurgia, agora mesmo! Precisamos salvar este rapaz antes que seja tarde. Antes que a FODA o mate.

Comecei a rir feito uma hiena com ... FODA. Até lágrimas escorreram de meus olhos.

— Não chore, seu amigo ficará bem. — falou o Doutor, colocando as mãos sobre o meu ombro direito.

Chorando? É ruim, hein! Pouco me importa se Pezão está com FODA ou seja lá o que for. Mas nem perdi meu tempo o corrigindo. Fiz sinal de positivo e ele seguiu os enfermeiros pelo corredor.