As Aventuras de Nando & Pezão

"Rock na Veia"

Capítulo 11 – Água de Salsicha

— Eles iam tocar no Forró do Zé Bedeu amanhã, mas como apareceu outro show maior lá em São Paulo eles precisaram cancelar. Sacou onde estou querendo chegar?

— Ele arranjou pra gente tocar no lugar deles?

— Claro, porra! É nóis na fita! Nosso primeiro show!!!

— Uhuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!

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— Nosso primeiro show, galera! — gritou Pezão, quase gozando na calça.

A alegria foi geral. Até vi um sorriso nos lábios do Bruno cara de cuzão.

— Parabéns, vocês merecem. — disse Aneri.

— Mas eu ouvi bem? — perguntei. — Você disse Forró do Zé Bedeu?

— Pois é, eu também estranhei, mas o Dudu me falou que neste dia a noite será de rock. Está tudo armado já. Chegou a nossa hora.

Bom, o Forró do Zé Bedeu é uma bosta, o lugar parece um curral, mas está valendo. Nossa banda também não vale merda nenhuma. Pra falar a verdade eu achei até bom a gente fazer nossa primeira apresentação lá, pois reflitam comigo, somente as piores bandas tocam naquela espelunca dos infernos, então se a gente tocar mal ninguém vai estranhar. Vai que por um milagre da vida a gente toca bem ... seremos ídolos da galera. Ah, esqueci de dizer, o lugar tem tudo a ver com no nome da banda também, já que o Forró do Zé Bedeu é famoso por ser o lugar onde mais aparece pé-vermeio na face daTerra. O nome poderia muito bem ser trocado para pé-vermeiolândia.

— Você já está mais calminho? — perguntou Aneri para Pezão.

— Não, estou super nervoso, continua a massagem.

— Sem-vergonha! — disse ela, sorrindo. Meu, eu nunca vi um sorriso tão lindo feito este. — Você está calminho sim. Agora deixa eu ver como está a sua irmã. Ela saiu daqui apavorada.

— Apavorada o caralho! Aquela biscate adora me provocar. Fica aqui fazendo massagem em mim que você ganha mais.

A loira deu outro sorriso e ficou de pé. De uma forma muito estranha ela começou a olhar pra mim e para o Pezão, alternadamente.

— Está tentando adivinhar qual é o mais bonito? — perguntei. — Claro que sou eu, nem precisa olhar muito.

— Não é isso. Vocês dois me fazem lembrar alguma coisa, não sei bem o que é. Parece que eu conheço vocês de algum lugar.

— Deve ser de algum sonho erótico. — brinquei.

Aneri caiu na gargalhada.

— Engraçadinho! Não, estou falando sério, eu conheço vocês dois de algum lugar. Estranho, parece que eu já vi vocês dois numa foto de jornal.

Pezão olhou imediatamente para mim. Eu também já saquei na hora. Ubatuba!!!

— Jornal? — disse Pezão, com uma voz meio trêmula. — Não, você está enganada. Nós ainda vamos sair nos jornais de todo o país, mas depois que a banda fizer sucesso.

— Eu estou quase certa de que já vi uma foto de vocês dois num jornal, sobre um rolo que aconteceu em Ubatuba, sei lá.

— Rolo em Ubatuba? — eu disse, fingindo surpresa. — Não pode ser a gente, eu sempre passo as férias no Paraná. Nem curto Ubatuba.

— Nem eu, uma vez fui lá e pisei numa merda gigantesca na praia. Muito toscas as praias de lá.

— Bom, eu não acho. Adoro Ubatuba. Mas acho que estou enganada então. Se vocês me dão licença, vou procurar a Maura.

— Ah, deixa aquela piranha pra lá, continua minha massagem! 

— Um outro dia, talvez.

E a loira saiu pelo corredor. Pezão olhou pra mim com um olhar de alívio. Sim, esta foi por pouco. Já imaginou se a loira descobre o que aprontamos em Ubatuba? Não, não quero nem pensar nisso.

— É isso aí, cambada. — disse Pezão. — É agora ou nunca, já temos nosso primeiro show agendado. Vamos começar esta porra de ensaio ou não?

Puta merda, galera, foi o melhor ensaio que já fizemos até hoje. Parece que a notícia do nosso primeiro show realmente nos inspirou. Pra variar, estou bêbado feito um cavalo. Bom, você deve estar se perguntando... cavalo fica bêbado? Porra, sei lá, também nunca vi ele dizer ... Sóbrio!!! Vai saber, né?

Só teve uma coisa que me deixou intrigado durante o ensaio ... o sumiço de Aneri e Maura. Confesso que fico excitadíssimo só de imaginar o que aquelas duas poderiam estar fazendo juntas neste exato momento. Eu preciso verificar, ou não vou me perdoar pelo resto da minha vida.

Enquanto o pessoal guardava os equipamentos eu fingi estar apertado para mijar e dei uma escapadela. Saí pelo corredor em direção ao quarto da Maura. A porta está aberta. Bom, vou me aproximar andando nas pontas dos pés. Puta merda, estou de pau duro. Já imaginou se eu chego na porta e dou de cara com as duas peladinhas dando o maior pega? Puuuuutz grila, agora é que ficou duro mesmo. Calma, Nando Jr.!!! Bom, não adiantou pedir calma. Cheguei próximo da porta e está tudo muito quieto, certamente não está rolando pega nenhum ali dentro do quarto. Que bosta! Estiquei cuidadosamente o pescoço e minha fantasia foi pra casa do caralho, não havia nem sinal das duas. A vida real é uma bosta mesmo, se isso aqui fosse um filme do Cine Privet eu daria de cara com duas loiras peitudas, uma chupando a pexeca da outra.

Estou ouvindo algo! Risadinhas! As duas estão subindo as escadas! Estão vindo pra cá! Preciso me esconder! Mas onde? Porra, estou no final do corredor, agora não tenho pra onde ir. Fodeu, serei obrigado a me esconder no quarto da Maura mesmo.

Entrei e me joguei debaixo da cama. As cortinas são transparentes demais e o guarda-roupa frágil demais, não tive outra opção.

As duas entraram no quarto às gargalhadas, pareciam duas hienas excitadas bebendo chocolate quente numa noite de inverno. Estranho, fecharam a porta. As gargalhadas continuam. Caralho, a piada deve ser muito boa mesmo, nunca vi tamanha animação. Que estranho, uma das duas trancou a porta. O que será que elas estão aprontando?

Ooooooooooooooooooopa!!! Santa Pixirica dos infernos!!!! É impressão minha ou vi uma calcinha caindo no chão??? Fechei os olhos e abri novamente, sim, lá está ela, uma calcinha atirada ao chão! Rosinha, de rendinhas. Estou sonhando??? Fechei novamente os olhos e arregalei ao abri-los novamente. A calcinha rosa de rendinhas continua lá, estirada ao chão. Splack! Este foi o som que veio logo em seguida, alguém mergulhou sobre a cama. Caralho!!!! Agora eu vi um sutiã caindo ao pé da cama! De quem será? De quem será? Agora caiu uma saia verde-limão!!! Saia verde-limão? É a saia da Aneri, puta merda! Agora vi um top voar e cair perto da porta. Caralho, as duas tiram a roupa mais rápido que eu!!! E olha que em matéria de tirar a roupa eu sou mestre.

Eu não acredito nisso, as duas estão peladinhas aqui em cima de mim e eu não consigo ver absolutamente nada!!! Meu, a cama está fazendo altos barulhos, o negócio está fervendo!!! Eu preciso ver isso, puta merda! Mas como? Caralho, está um geme-geme delicioso aqui em cima de mim, eu daria tudo pra ver o que está rolando. Só sei que as duas estão peladinhas, pois estou vendo todas as peças de roupa jogadas no chão do quarto. Porra, tem uma calcinha bem ali perto do pé da cama, de quem será? Ah, foda-se, vou dar uma fungada com todo o gosto.

Puta merda, o pior de tudo sou eu aqui deitado de bruços e com o pau duro feito uma rocha. Está me dando aflito isso. Caralho, o rala-e-rola aqui em cima está nervoso mesmo. Enquanto isso eu estou aqui, debaixo da cama cheirando calcinha. Caralho, que merda! A calcinha está com uma puta freada de bicicleta!!! Eca!!! Só pode ser a calcinha da Maura, só pode, não é possível que a Aneri tenha feito uma freada sinistra como esta, não pode ser.

Isso aqui está me matando!!! O que será que elas estão fazendo? Será que estão num 69 animal??? Uma chupando a outra? Eu acho que vou morrer aqui debaixo desta maldita cama dos infernos. Eu não estou suportando isso, eu preciso sair daqui pra espiar isso de perto, se eu não fizer isso vou ter um ataque do coração.

Porra, as duas devem estar tão concentradas que nem vão notar minha presença, certo? Claro que não, errado. Isso aqui é a vida real, Nando! Se fosse Cine Privet você certamente já estaria sobre a cama com as duas, vivendo a melhor e mais alucinante experiência pornô-erótica-sensual da sua vida.

Infelizmente isso aqui não é Cine Privet.

Acabou. Novamente as risadinhas e o geme-geme animal parou. As duas devem estar jogadas pela cama feito as calcinhas pelo chão. Eu daria tudo pra ver isso com meus próprios olhos.

— E aí, gostou? — claramente a voz da Aneri, bem cansada.

— Preciso responder? — disse Maura, com uma voz de quem acabou de ser atropelada por uma jamanta.

Bom, pelo que eu entendi esta não foi a primeira experiência da Aneri com outra mulher, mas talvez tenha sido da Maura. Ah, foda-se, perdi o espetáculo mesmo. Do que adianta ficar pensando quem chupou uma pexeca ou não pela primeira vez?

Deixa eu ficar quieto, a conversa está boa aqui em cima.

— Nossa, eu nunca vi alguém chupar meus peitos dessa maneira? — Maura falando. — Foi a sensação mais gostosa que eu já tive na minha vida!

— Eu aposto que não mesmo, nenhum homem sabe deste truque, quer aprender a técnica?

Claro que quero!!! Merda, e eu aqui debaixo desta porra!!! Vou chorar.

Enquanto eu chorava Aneri ensinava passo a passo como chupar os seios a fim de levar a mulher ao orgasmo total. E eu aqui, só imaginando. Puta merda, ninguém merece.

As duas continuaram conversando a respeito da transa por mais uns 10 minutos, até que começou o cata-cata das roupas pelo chão. Tentei chegar na beirada da cama, a fim de espiar alguma coisa, mas não obtive muito sucesso, o máximo que consegui foi ver a Aneri ajeitando a calcinha, presa no rego. E foi só.

Ambas estão vestidas novamente, eu acho. Ouvi uns beijos molhados. Fiquei excitado novamente.

A porta se abriu. As duas saíram pelo corredor, e eu aqui, pau duro e com a maior frustração do mundo. Fala a verdade, será que eu joguei pedra no capeta quando era criança??? Será que eu fiz cocô no túmulo do Satanás??? Sei lá, alguma coisa eu fiz pra merecer tamanha punição. Assim não vale.

Esperei mais uns cinco minutos e me arrastei dali. Olhei cuidadosamente pela porta e sinal verde, corredor vazio. Voltei pro quarto do Pezão, não havia mais ninguém ali. Ouvi passos na escada outra vez, mas agora era o maldito.

— Onde você se meteu? — gritou Pezão.

— Este foi o problema, não meti.

— Hã?

— Deixa pra lá, cara.

— Que cara é esta? Parece que viu o capeta.

— Teria sido até interessante mesmo, pelo menos teria visto alguma coisa.

— Porra, Nando!!! Não me diga que você fez um daqueles barrosos outra vez. Eu conheço esta sua cara, foi por isso que você demorou uma eternidade, né?

Bom, não estou muito a fim de papo, acho melhor concordar com o Pezão e ir embora pra casa. Por hoje chega.

— Foi isso mesmo, cara. Agora eu preciso ir embora.

Passei por ele, indo em direção à escada.

— Caralho, você está com uma cara péssima, você não defecou, deve ter feito um Alien.

Quando passávamos em frente ao quarto do pirralho a menina bruxa surgiu à nossa frente. Olhos de peixe-morto, braços estirados, ombros caídos, parecia uma defunta ressuscitada de algum filme do Stephen King. Até senti um calafrio. Ela ficou alguns segundos me encarando, e disse:

— Você não cantou nenhuma das músicas que eu pedi.

— Desculpa, eu me esqueci, prometo tentar alguma coisa no próximo ensaio.

— Firmão.

Agora a menina voltou os olhos para o Pezão.

— O que foi, mina? — perguntou ele, fazendo gestos com a mão, tentando tirar alguma reação da menina bruxa, mas não adiantou. Ela continuou imóvel feito uma pedra.

Alguns segundos depois ela perguntou para o Pezão:

— Seu pênis continua verde?

Hahahahaha..... Eu estava precisando disso!!!! Dei tanta risada feito uma hiena assistindo filme mudo no cinema.

Pezão ficou puto.

— Olha aqui, sua pirra....

Antes que ele completasse a frase a menina o interrompeu, dizendo-lhe:

— Eu conheço uma receita pra você voltar ao normal. Seu pênis voltar ao normal.

A menina falou de uma forma tão séria que Pezão parou para ouvi-la. Eu continuei rindo, mas agora de maneira mais discreta, eu quero ouvir a tal da receita. Hahaha.... não que eu precise dela, mas vai ser divertido ouvir isso.

A menina defunta prosseguiu:

— Água de salsicha.

Pronto. Não resisti. Caí na gargalhada outra vez.

— Água de salsicha? — perguntou Pezão, incrédulo.

— Sim, pegue duas salsichas e acrescente 3 xícaras de água. Deixe ferver por alguns minutos e depois beba a água.

— E o que eu faço com as salsichas?

Antes que a menina respondesse eu precisava dizer algo, e eu disse:

— Enfia no cu e morre!!!

Hahahaha.....

Pezão ficou puto e deu um murrão no meu braço.

— Jogue as salsichas fora, não coma. — disse a menina, mais séria do que nunca.

— Nem se eu fizer um cachorro-quente?

— Não, não coma. Jogue fora.

No dia seguinte Pezão me liga bem cedinho, lá pelas 11:30h da manhã...

Rrrrrrrrrrrrrrrrrrring!!!!!

— Fala, Pezão dos infernos...

Pezão chorando desesperadamente no outro lado da linha.

— Nossa, o que aconteceu? — perguntei, fingindo preocupação.

— Eu quero matar aquela biscatinha!!!

— Que biscatinha???

— A filha do coisa-ruim!!!

— Quem? Ah, a namorada do seu irmão?

— É, porra!!! Acorda!

— Mas por quê?

— A receita que ela me passou ontem!

Comecei a rir.

— Não funcionou?

— Pra falar a verdade até funcionou. Eu fiz do jeitinho que ela me disse, fervi as salsichas e depois tomei a maldita água... um gosto horrível dos infernos.

— Mas funcionou?

— Então, eu tomei e corri pro banheiro. Cara, eu fiquei pasmo, meu pau estava novo outra vez!!! Eu nem acreditei, até toquei uma punheta pra comemorar.

— Não entendi, se funcionou ... por quê você está puto com ela?

— O foda é que eu fiquei tão empolgado que toquei umas quatro punhetas, uma atrás da outra.

— E daí?

— E daí que fiquei exausto. Voltei pra cozinha morrendo de fome.

— Ainda não entendi.

— Peguei as malditas salsichas e fiz dois hot-dogs.

— Mas a menina disse pra não co....

Pezão caiu no choro.

— Eu sei! Eu sei!

Nunca vi o cara chorar tanto em toda a minha vida.

— Caralho, o que te aconteceu? Você comeu as salsichas e ????

— Foda, cara, foda!!! Nem te conto o que aconteceu, puta merda. Estou fodido. Se eu pego aquela biscatinha eu juro pra você que eu mato.

Caralho, o que será que aconteceu com o Pezão?