As Aventuras de Nando & Pezão

"Dona Mirandinha"

Capítulo 6 – "Tudo no Esquema"

— Porra, 80 paus por um glu-glu? Sai fora, Pezão! Manda esta ruiva de olhos verdes pra casa do caralho!!! A Tina Boquinha faz glu-glu por 1,99 ... sabia?

— Calma, cara, você acha mesmo que ela vai ficar só no glu-glu ??? Faz o seguinte, paga os 80 paus, faz aquela cara de coitado que só você sabe fazer e pronto... ela fica com peninha e dá até a alma pra você. Vai por mim. O importante é que o nosso filme vai finalmente ser filmado!!! Uhuuuuuuuuuu!

Maldito Pezão dos infernos. Preciso de novos amigos.

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Novos amigos? Pensando bem, tenho até medo de fazer novas amizades. Eu já estou acostumado a ter amigos esquisitos. O Pezão até que não é tão esquisito, mas é um tremendo filho da puta. Pezão é uma figura abominável. Pezão é algo que deveria ser banido da sociedade. Pezão é foda, mas é meu amigo. O que eu posso fazer, né? Amigo é assim mesmo, a gente brinca, manda pro inferno, xinga a mãe, come a irmã, dá peteleco no irmão caçula, faz cocô no jardim, e ele está sempre lá, fazendo o mesmo por você. Desde que comecei a narrar minha vida vocês já tiveram a oportunidade de conhecer alguns destes malucos, como o Mamute, Zoinho, Pigmeu, Pedrinho Pau-no-cu, etc... Se vocês acharam estes caras malucos, ainda não viram nada!!! Eu não sei se é esta porra de cidade ou se sou eu mesmo, só sei que eu sempre arranjo amigo com parafuso a menos. Zé Porrinha era um dos piores. O cara ia lá em casa, cagava e sempre entupia a minha privada. Ele saía do banheiro e deixava um alien. Sim, um alien. Lembra daquela cena do primeiro filme em que o maldito sai da barriga do cara? Se você olhasse a privada iria notar a semelhança. Maldito Zé Porrinha. Bom, sei que vocês são curiosos e devem estar se perguntando porquê Zé "Porrinha", certo? Tudo bem, eu conto, o Zé era apaixonado pela nossa professora de Física. Certo dia ela veio pro colégio usando a roupa mais sexy do seu guarda-roupa. Meu, a cuecada da escola ficou tarada aquele dia. Tinha neguinho que ia pro banheiro só para.... ah, você sabe, aliviar a tensão. Bom, Zé Porrinha bem perto da minha carteira, portanto eu posso afirmar o que aconteceu. Num determinado momento da aula eu ouvi um gemido vindo da carteira do Zé, quando olhei em sua direção notei que ele etava fazendo uma careta estranha. Sim, amigos, ele estava gozando! Hahaha... O maldito teve um orgasmo só de olhar a nossa professora de Física agachar para pegar o apagador que caíra no chão. Putz! Aquela professora tinha realmente uma bunda maravilhosa, mas gozar na calça foi foda. Pobre Zé, tentou esconder a mancha na calça de todas as formas, mas não conseguiu. Resultado, até hoje ele é conhecido por Zé Porrinha. Hehehe... Maldito Zé Porrinha. Ele tem uma irmã gostosa pra caralho, eu me lembro bem disso. Mas eu nunca consegui nada com ela. Na verdade eu raramente me dou bem com irmãs de amigos meus, com exceção da irmã do Pezão, né? Hehehe.... Puta merda, eu poderia ficar horas aqui contando histórias e mais histórias de amigos meus. Mas... acho que não é isso que vocês querem, né? Porra, deixa eu contar só mais uma, posso? Então, vou contar um negócio que aconteceu com o Walter Mercado. Calma, não é aquele Walter Mercado que fala "Ligue Djá", mas um sósia! Hahaha.... este nosso amigo, o Walter, era muito parecido com o cara da TV, então a gente sacaneou ele, apelidando-o de Walter Mercado. Bom, certa vez o nosso amigo foi pra São Paulo e resolveu conhecer a cidade. Como não poderia ser diferente, ele acabou indo num dos diversos shoppings da cidade. Não me lembro qual exatamente, mas lá estava ele. De repente, eis que surge uma figuraça diante dele, e segurando um puta microfone da Rede Globo. Sim, era ele, aquele que ninguém sabe se é bambi ou não é, o tal de Maurício Kubrusli, aquele que usa uma barbinha sem-vergonha, um que sempre faz reportagens pro Fantástico. Sim, amigos, ele mesmo. Era véspera de Natal e o nosso amigo Maurício Kubrusli estava fazendo uma reportagem sobre o saco do Papai Noel. Ele chegava nas pessoas que passeavam pelo shopping e perguntava: "Você sabe o que tem dentro do saco do Papai Noel?" Bom, era sempre a mesma ladainha, povinho quando sabe que vai sair na Globo muda o discurso, né? Uns diziam "No saco do meu Papai Noel tem muito amor, carinho e solidariedade." Putz! Vai ser cara-de-pau assim lá na puta que o pariu!!! Mas... eis que o nosso amigo repórter fica frente a frente com o grande Walter Mercado, não o famoso. Maurício faz aquela cara de bambi, ajeita a barba e faz a pergunta cretina: "Você, rapaz de cabelo branco, você mesmo, você sabe o que tem dentro do saco do Papai Noel?" Walter, ou melhor, Walter Mercado para os íntimos, ajeita os cabelos brancos, pega o microfone, faz um olhar 43 para a câmera e responde: "Tem porra, cacete!!!". Hahahaha..... Maurício Kubrusli não conhece meus amigos. Pobre Maurício, ficou com o Kubrusli na mão.

Já entendi, vocês até gostam de saber das atrapalhadas dos meus amigos, mas o que vocês querem mesmo é saber como será o nosso filme pornô, certo? Hehehe... eu sabia. Na verdade eu também estou muito curioso pra saber como vai ser. Sabe que eu estou cogitando a hipótese de convidar a Lelê para contracenar comigo? Sim, seria interessante, não? O problema é que não seria mais um filme pornô, mas sim o Bruxa de Blair 3. Sai fora, meu!!! Nem se me pagassem eu não teria coragem de comer aquela coisinha do fim do mundo. O coitado do Mamute deve ter pesadelos até hoje. Quero dizer, ambos devem ter pesadelos, né? Trepar com o Mamutão deve ser uma experiência no mínimo traumatizante, pra não dizer horripilante. Pobre Mamute, onde será que ele.....

Trrrrrrrrrriiiiiimmmmmm!!!!! — como sempre, o maldito telefone.

Puta merda!!!!! Vai assustar a mãe!!!!

— Fala, Pezão do caralho!!!

— Pezão do caralho? Quem disse que caralho tem pé?

— Muito engraçado, Pezão, fala logo o que aconteceu? É notícia boa ou ruim? Se for ruim não precisa nem me contar, desliga e vai tomar no cu.

— Vai se foder, meu! Que bicho te mordeu? Relaxa, cara, tenho uma ótima notícia pra você! Mas se não quiser saber eu desligo esta porra.

— Espera, você disse boa notícia?

Xiiiiiiiiiiiiiiiii, lá vem merda. Conheço o Pezão, quando ele me diz que vem boa notícia... é porque vem boa notícia pra ele, é claro. E o assunto é sempre mulher. Maldito Pezão dos infernos.

— Sim, cara, boa pra caralho! Você vai se dar bem esta noite.

— Porra, Pezão, fala logo! Você vai pagar 1000 Reais pra Juciléia e ela vai dar pra mim também???

— Sai fora!!! Está me achando com cara de playboy???

— Sempre achei, seu bosta.

— Tudo bem, eu sei. Mas não é isso não. Adivinha quem eu encontrei lá no Bar do Gordo?

— Sei lá, caralho! Conta logo!

— Encontrei o outro gordo, o Mamute!!!

Santa Pixirica!!! 

— Puta merda! — gritei ao telefone. — Eu estava justamente pensando nele!

— É mesmo? Sonho erótico? Hahaha.... Sua bicha!

— Sonho erótico o escambau!!! O que o Mamute tem a ver com a história? Conta logo, porra!

— Adivinha quem ele vai arranjar pro nosso filme???

— Ah, não acredito!!! — até esfreguei as mãos, todo animado. — Jura? A loira?

— Não, caralho, a vó dele. É claro que é a loira! O Mamutão virou cafetão da americana peituda.

— Bom, eu já tinha ouvido alguns boatos, mas eu pensava que era só brincadeira.

— Eu também, cara. Mas é verdade mesmo! O Mamutão fez um precinho jóia pra você! Coisa de mano mesmo.

— Quanto?

— Cenzinho!!!

— Uhuuuuuuuuuuuuu!!! — pulei tão alto e fiz tanta farra que minha mãe veio ver o que tinha acontecido. É lógico que eu não contei o motivo da minha felicidade, né?

— Com direito a glu-glu e tudo.

— Glu-glu e tudo??? Uhuuuuuuuuuuuu!!!

— Já liguei pra Juciléia e cancelei a amiguinha biscate.

Porra, estou até com remorso. Hoje o Pezão se superou. Estou até estranhando. Será um sonho? Deixa eu me beliscar aqui, esperem um pouco. Puta merda!!!! Não, não é um sonho, o beliscão doeu pra cacete!

— Legal, Pezão, nosso filme promete!

— Ah, mete sim, vou meter muito hoje. A Juciléia vai pra casa com as perninhas tortas.

— A loira também, mano. A loira também. Ah, falando em mano, já viu se as câmeras do pirralho estão funcionando direitinho?

— Já está tudo no esquema, cara. O filho da puta tem umas 3 câmeras novinhas. Eu só queria saber o que ele faz com tudo aquilo.

— Tenho até medo de saber, cara. O pirralho é foda.

— É sim. Ele perguntou se a gente não quer transmitir nosso filme pela internet. Você tem alguma idéia do que isso significa? Eu não entendi porra nenhuma.

— Sai fora!!! Você não assistiu American Pie???

— Aquele filme em que a mina enfia uma corneta no cu do cara?

— Não, este é o segundo. No primeiro o cara instala uma webcam e... ah, deixa pra lá. Só faz o seguinte... diz NÃO para o pirralho. Diz para ele enfiar a internet no cu dele. Sem internet, por favor. Sem internet!

— Certo. Sem internet. Combinado então. Passa aqui em casa lá pelas 10 horas. Beleza?

— Beleja.

Desliguei o telefone.

Uhuuuuuuuuuuu!!! É hoje!!! É hoje!!! Estou sentindo ótimas vibrações!!! E hoje as vibrações estão realmente boas, diferentes daquelas que eu senti antes do Show do Rappa. Será mesmo? Aquele sábado eu também senti ótimas vibrações e só tomei no cu. Ah, mas hoje vai ser diferente! Hoje quem vai tomar no cu é a loira! Putz, é mesmo! Vou comer a americana!!! Aaaaaaaaooooooooo!!! Finalmente eu vou comer alguém internacional. Vou comer carne estrangeira! É hoje!!! É hoje!!! Vou fazer a loira gritar "Oh My God!" até ela virar os olhos. Ela vai gritar "Fuck me" até enjoar. Estou sentindo good vibrations!!! Today is the day!!! Oh, yeah!!! Só tem um probleminha, galera, a gente não tem grana pra colocar legenda! Hehehehe..... Dane-se, né? Um bom "Oh, Yeah" não precisa de tradução.

Ainda são 8 horas da noite. O que eu faço? Porra, acho que é melhor eu tirar uma soneca, né? Afinal de contas eu quero estar bem preparado pra esta noite tão especial. Vou cair de boca naqueles peitões siliconados. Acho silicone feio pra cacete, mas dane-se, hoje vou cair de boca na geléia. Além disso vai ser gravado, né? Se eu não cair de boca nos peitões da loira vai pegar mal pra minha reputação.

Puta merda, acho que estou sonhando. Acreditam? Espera aí, se estou sonhando, como foi que eu descobri? Ah, sei lá, só sei que estou. Querem saber como eu sei? Cacete, eu estou vestido de Pato Donald, meu pinto está medindo uns 40 centímetros, estou encostado numa nave espacial prateada e tem uma loira com 3 peitos me fazendo cafuné. O que acham? Não preciso nem dizer que a loira com 3 peitos é a mesma loira burra americana, né? Pois é, pelo menos não é a Lelê. Cacete, que sonho mais estranho! Esperem, estou ouvindo uma música. Puta merda, não acredito nisso, adivinhem só quem está pelada dançando dentro da minha nave espacial? Sim, ela mesma, a Lacraia, rebolando com uma mangueira na mão. Puta merda!!! Isso aqui não é um sonho, é um pesadelo!!! Tirem-me daqui, por favor!!! Não, não é possível, dentro da nave está a maior zona!!! Ainda bem que estou aqui fora com a loira de 3 peitos. Ei, a loira tem 3 peitos e eu estou aqui preocupado com a Lacraia dançando com uma mangueira??? Vem aqui, loira! Caralho, cadê a loira dos 3 peitos? Que merda, a loira se escafedeu. É melhor eu procurar por ela, hoje eu não vou perder a oportunidade de meter as mãos naqueles peitões. Siliconados, mas... são três, não são? Foda-se. 

Caramba, a música continua. Sim, meu amigos, Egüinha Pocotó, a própria. Minha nave deve ter um som muito bom, pois está tremendo tudo aqui fora. Falando nisso, onde será que estou? O lugar parece a lua, mas eu não estou caminhando como um astronauta. Bom, isso aqui é um pesadelo, não é? Além disso eu sou um Pato Donald, não um Pato Donald inofensivo, daqueles da Disney, mas um Pato Donald com um bilau de 40 centímetros. Aaaaaaeeeeeee. Pelo menos alguma vantagem neste sonho maluco. Eu não estou muito afim de entrar nesta nave, afinal de contas a Lacraia está peladona lá, e os negócios dela estão balangando pra lá e pra cá. Acreditem, não é uma cena muito bonita de se ver. Mas, já olhei para todos os lados e não vi a loira. Meu, não é uma simples loira, é uma loira com 3 peitos!!! Eu preciso encontrá-la. Vou ter de procurá-la dentro da nave. Meu, que nave mais brega! Toda prateada, meio verde e rosa. Está parecendo carro alegórico da Mangueira. Putz grila!

Bom, vamos lá. Meu, está uma zona esta nave. Pra falar a verdade, será que a nave é minha mesmo? Afinal de contas eu sou um Pato Donald pingueludo. Patos Donalds pingueludos possuem naves? Pois é, como vou saber? Isso aqui é um pesadelo. Acho que nos pesadelos vale tudo. Quero dizer, quase tudo. Só sei que se a Lacraia chegar perto do meu bilau 40 eu dou-lhe um tapão nas fuças. Ela que experimente pra ver. Estou subindo a rampa da nave. Estou me sentindo o ET no final do filme. Pra falar a verdade estou tão ridículo quanto. Será que a minha voz também é a do Pato Donald? Deixe-me experimentar... "LOIRA PEITUDA, CADÊ VOCÊ?" Putz!!! Hahaha.... Sim, minha voz é a mesma do Pato Donald! Que gozado! 

Estou eu parado na porta da nave. Todos pararam de dançar e começaram a me encarar. Até a música parou. Vocês não vão acreditar nas figuras que estão ali, todas nuas. A Xena, a Phoebe do seriado Friends, o Seu Madruga, minha professora de Física, o gordinho do filme Goonies, a ... Ruthinha, Scully e Mulder do Arquivo X e muitas outras. Todas apontando e rindo da minha cara. Bom, na verdade não estavam rindo da minha cara, mas sim do meu... bilau. Porra, estão rindo do quê? Aqui na lua o meu bilau tem 40 centímetros!!! Dei uma olhada com mais atenção e entendi o motivo das risadas. A mangueira na mão da Lacraia não era exatamente uma mangueira. Se é que vocês me entendem.

Putz!!! Finalmente acordei deste maldito pesadelo. Olhei para o relógio do vídeo e este marca 9:40PM. Caramba, o pesadelo durou mais de 1 hora? Eu, hein! Será que consegui catar a loira dos 3 peitões? Putz, com a sorte que eu tenho é mais fácil a Lacraia ter enfiado a mangueira no meu rabo. Ah, foda-se, o importante é que hoje tem rala e rola com a americana de verdade. Uhuuuuuuuuuuu!!!

Tomei aquele banhão esperto. Fiz a barba. Coloquei aquele perfume sem-vergonha da Natura que todo mundo tem. Fiz a famosa checagem e, quando eu passava pela sala, minha mãe me viu e lascou esta:

— Que estória é esta de filmagem? — perguntou ela, estiradona no sofá, assistindo novela. Pra mim, novela é tudo a mesma merda, só mudam o título. Até os atores são sempre os mesmos! Que bosta.

Ei, espere aí, minha mãe disse "filmagem" ??? Puta merda! Será que ela descobriu tudo? Putz!!! Não, não é possível. Vou dar de louco, como sempre faço, e sempre funciona.

— Filmagem? Que filmagem, mãe?

— Eu ouvi você conversando ao telefone, ouvi algo sobre uma filmagem.

Caralho, preciso de uma desculpa melhor desta vez. Opa! Já sei. Mentir é comigo mesmo.

— Ah, sim. Lembra do Churruminos?

— Churro o quê?

Putz!!! Que burrice a minha! Minha mãe não conhece os apelidos dos meus amigos, geralmente ela conhece o nome e ás vezes nem isso.

— O Claudinho, acho que a senhora deve se lembrar dele, ele vinha muito aqui em casa quando garoto. Então, ele vai se casar.

— Claudinho? Era um muito magrinho? Um que adorava tomar Nescau?

Puta merda! Minha mãe tem uma memória de elefante.

— Sim, mãe! Este mesmo. Então, ele vai se casar no mês que vem. Ele está meio sem grana e pediu pra gente filmar o casório.

Minha mãe começou a rir.

— Você e o seu amigo rico? Sinto muito, filho, mas a filmagem vai sair horrível. Lembra daquela fita do churrasco que você trouxe? A câmera balançava tanto que me deu até enjôo.

Hehehehe..... é lógico que a câmera balançava. Quem filmou o churrasco na casa do Pezão fui eu e... eu estava mais bêbado que todo mundo junto. No final da filmagem, só pra vocês terem uma idéia, eu fui ao banheiro e filmei minha própria merda dentro do vaso. Mas é lógico que eu dei um jeito e apaguei esta parte. Ou acho que apaguei, sei lá.

— Eu disse isso pra ele, mãe. Bom, agora eu vou indo nessa.

Quando eu ia abrir a porta da sala...

— Não vai nem me dar um beijo de boa noite? — disse minha mãe, meio que me olhando e meio que assistindo a Paloma Duarte dando um esporro em alguém na novela.

Putz! Beijo de boa noite? Eu estou tão excitado com a loira que não vou me arriscar a beijar minha mãe. Nem no rosto. Hoje eu estou tão tarado que é capaz de eu dar um beijo de língua na minha própria mãe. Sai fora! Eu, hein! Putz, até arrepiaram os pentelhos do saco.

— Ah, mãe, eu já estou atrasado. Tchau, beijo.

Ela nem me deu atenção. Aquele tal de Toni Ramos entrou em cena e minha mãe nem piscou. Novela é mesmo uma bosta. Mas... mulher gosta, e a gente gosta de mulher, portanto... nunca diga "Novela é uma bosta" na frente da sua namorada. Eu já caí na besteira uma vez e, acreditem, a experiência não foi nada agradável. Digamos que voltei com um puta galo na testa e minha ex-namorada ainda está colando os pedacinhos do Pingüim da geladeira até hoje. Pois é, namorada temperamental é complicado. Mas costumam ser boas de cama, então compensa. Hehehe.... Tomara que a americana peituda seja dessas nervosinhas. Não estou nem aí se ela me xingar. Vai ser tudo em inglês mesmo, eu até vou entender, mas aposto que vou ficar mais excitado ainda.

Opa!!! Tem algo vibrando na minha calça. Calma, pessoal, é o celular. Deixe-me ver, eu até já imagino quem seja. Sim, ele mesmo.

— Fala, Pezão do caralho.

— Eu gostava mais de "Pezão dos infernos". Não acho legal ver "Pezão" e "caralho" na mesma frase, entende?

— Ah, vai te catar. Já estou quase chegando aí. Beleja?

— Porra, cara! Eu marquei 10 horas com você. Já são quase 11 horas. O que houve? Foi dar um barrão antes? Está com cagaço da loirona do Mamute?

— Pezão.

— Fala.

— ENFIA O DEDO NO CU E MORRE!!!

Putz!!! O velhinho que vinha passando pela calçada quase teve um ataque do coração. O pobre coitado está me olhando apavorado.

— Calma, senhor, eu estava falando ao telefone.

— ENFIA VOCÊ, MOLEQUE!

— Tudo bem, vô. Fica frio.

Pezão rindo ao celular.

— O que houve aí? — perguntou ele.

— Nada não.

E o velho continuou sua caminhada, e continuou me encarando, esbravejando palavras sem nexo.

— Vou desligar, Pezão. Sossega o cu aí, já estou chegando.

Desliguei o celular e apertei o passo. Apesar de aparentar calma, eu estou ansioso pra caralho. Mas vai dar tudo certo. Estou sentindo. Oh, yeah!!!

Quando cheguei na mansão lá estavam eles na garagem, Pezão e o pirralho Gates jogando uma parafernália dentro do Corsa. Era fio, câmeras e caixas da Sony pra todo lado. Se colocarem mais alguma coisa não vai sobrar espaço pra nós três lá dentro.

— Cacete, pra que tudo isso? — gritei, ainda parado em frente ao portão.

— Entra logo e vem nos ajudar! — gritou Pezão, com uma caixa nas mãos.

— Ainda tem mais?

— Sei lá, entra logo.

Entrei. Mas não precisei ajudá-los. Eles já haviam descarregado tudo dentro do Corsa. O maldito pirralho Gates tem um equipamento de dar inveja a muita gente. Câmeras Sony novinhas em folha. Steven Spielberg começou assim, garoto, filmando as irmãs assustadas, fazendo seus trens de brinquedo colidirem. Bom, o irmão do Pezão começou um pouco diferente, né? Filmando a mãe peladona tomando banho. Pois é. Se bobear o pirralho não é nenhum gênio, mas sim um puta de um tarado. Ou os dois. Eu só sei que ser o caçula numa família rica deve ser uma delícia.

Após vários minutos arrumando aquela parafernália toda conseguimos entrar no carro. Deixamos a missão de abrir o portão com o pirralho, este não ficou nada satisfeito. Saiu xingando e apontando o dedo pra nós.

— É hoje, Nando! — disse Pezão, com uma puta cara de tarado.

— Sim, é hoje! Uhuuuuuuu. — não posso negar. Acho que também fiz uma puta cara de tarado.

O pirralho abriu o portão e assoviou. Pezão engatou uma ré e estacionou de frente para a mansão, na calçada. O filhote de Bill Gates entrou e Pezão saiu cantando os pneus. A calçada ficou toda preta. É agora ou nunca! Casa da Dona Mirandinha, aqui vamos nós! Eu só espero que aquele maldito cheiro de pexeca vencida não esteja mais lá.

Pezão começou a mexer no som e sintonizou uma rádio tocando Enter Sandman, do Metallica.

— Puta merda, deixa aí!!! — eu gritei, excitado.

— Meu, muita calma nesta hora. — disse Pezão, soltando o dedo do botão.

Uhuuuuuuuuu! Até o rádio está a nosso favor hoje! Já reparou como sempre sintonizávamos coisas bizarras no som do Pezão? Eu estou falando, hoje tudo vai ser diferente. Good vibrations!!! Good vibrations!!!

— Metallica é uma bosta! — disse o pirralho dos infernos.

O quê??? Ah, sinto muito, mas vou bater neste moleque. Já faz tempo que eu tenho vontade de fazer isso mesmo.

— Vai tomar no seu cu, Bill Gates do caralho! O seu cu é que tem bosta!

— Os primeiros discos do Metallica eram bons, mas depois que o vocalista arrancou a barba e mudou o corte de cabelo as músicas novas bicharam.

— Ah, pirralho, cala esta boca antes que eu arranque seus dentes.

Na verdade o pirralho até que não viajou muito não. As músicas novas realmente não são tão boas quanto as velhas, mas eu ainda estou com vontade de socar o moleque.

— Puta merda, esta música é do caralho! — gritou Pezão, aumentando o volume.

Após Enter Sandman começou a tocar Cochisé, do Audioslave. Caralho, que rádio é esta? Muito boa!!!

— Já viu o clipe desta música, Pezão? — perguntei.

— Legal pra cacete!!! O palco parece que está explodindo, legal pra caralho. 

— Legal mesmo, a MTV passa direto.

— Porra, falando em MTV, você conhece aquele programinha ridículo que passa lá?

— Qual?

— O Pezão odeia o "Fica Comigo". — disse o pirralho.

— Ah, este mesmo. Conhece? Este programa é a pior bosta da MTV.

— Eu já vi algumas vezes, não achei assim tão ruim. É brega pra caralho, mas já vi coisas piores.

— Eu acho uma bosta. Porra, como alguém pode querer pagar mico daquela forma? O cara fica lá sentado numa cama em forma de coração e selecionando com qual mina ele vai ficar no final do programa. Ah, vai tomar no cu! Reparou que são sempre 4 fubangas querendo dar pro cara? O que adianta ficar todo o programa selecionando? A escolhida é sempre feia pra carallho! Já viu aquela hora em que o cara fica vendado e apalpando as minas? Porra, se fosse eu já lascava as mãos nos peitões das minas e aquela que tivesse os mais durinhos eu já chamava pro motel. Pronto, pá e bola. Aí o programa terminava e sobrava mais tempo pra passar clipes. O que acha?

— Antes eu agarraria os peitinhos da Fernanda Lima.

Todos caímos na gargalhada. Hoje tudo é motivo pra festa. Hehehe....

O celular do Pezão tocou.

— Fala, meu. — disse ele. — Mamutão? Tudo certo, gordo? Calma, já estamos chegando. A Juciléia também está aí com você? Certo, fala pra ela que já estamos chegando. Calma, gordo!!! Já estamos chegando, porra!

Pezão desligou o celular.

— Caralho, já está todo mundo lá esperando por nós. — disse ele. — Issa!!!!!

— A loira peituda já está lá? — perguntei.

— Sim, e parece que ela está uma fera. Enquanto eu conversava com o Mamute eu ouvi ela falando um monte pra ele. Não entendi porra nenhuma, mas eu acho que não eram elogios.

— O Mamutão aprendeu inglês pra conversar com a loira?

— Sei lá. Acho que ele só sabe dizer Fuck Fuck Money Money.

Eu tive um ataque de risos. O pirralho Gates nem deu bola, pois estava olhando uma morenaça que passava do outro lado da rua. Caralho, que morena! Bem que ela poderia topar fazer o nosso filme, não acham?

Meu, que rádio é esta que o Pezão sintonizou? Caralho, me amarrei!!! Agora começou a tocar Led Zeppelin, com a música Stairway to Heaven. Putz! Quer música melhor pra dar um clima? Hahaha... A loira siliconada que se prepare! Vou jogá-la na parede e chamá-la de minha lagartixa. Oh, yeah, baby!!!

Chegamos. Lá estavam eles: Mamute, a americana siliconada e a Juciléia. Putz! Dá pra imaginar a cena? Pois é. Sorte que a rua é meio escura, caso contrário a polícia poderia fazer um arrastão ali. A calçada da casa da velha estava parecendo entrada de zonão. A Juciléia até que está bem vestida, toda de laranja, parece uma garrafa de Fanta. A loira veio vestida pra matar, toda de vermelho e com um decote maior que os próprios peitos falsos. Bom, o Mamute eu nem vou falar. Ah, tudo bem, eu falo, está com um bermudão jeans enorme e uma camisa branca gigantesca. Isso é bom, pois esconde aquela banha horrorosa dele. Seu penteado continua o mesmo, isso quer dizer, despenteado. Maldito Mamute, cafetão, esta é boa. O Mamutão tem cara de segurança de cantor de pagode, isso sim. Mas cafetão, eu nunca imaginei isso pra ele. Eh, Mamutão!

— Grande Mamute, só no Fuck Fuck Money Money, hein!!! — gritou Pezão, após estacionar o carro.

Mamute mostrou seu dedo gordo pra nós. Juciléia não parava de olhar o relógio, não estava com uma cara muito boa. Parecia estar puta da vida. Bom, puta ela já é, né? A loira estava com a mesma cara de sempre, cara de quem não sabe onde está. Será que ela sabe que está no Brasil? Sei lá, americano nem faz idéia de onde é o Brasil. É verdade, pergunte qual é a nossa Capital e é bem capaz de responderem Buenos Aires, ou coisa pior. Americano só se preocupa com o próprio umbigo, o resto que se foda. Pois é, mas isso não vem ao caso agora. O importante é que americana também tem pexeca e eu vou traçar uma hoje. Hahaha... Esta foi podre, mas... hoje vale tudo!!! Só não vale dançar homem como homem, nem mulher com .... opa, mulher com mulher vale sim!!! Seria demais ver a Juciléia dar uns amassos com a loira siliconada. Oh, seria muito bom.

Descemos do carro.

— Você marcou 11 horas, meu! — gritou Juciléia. Putz! Ela é muito gostosinha!

— Tivemos alguns probleminhas, gata. Não esquenta. — respondeu Pezão.

— Eu tenho outro cliente hoje! 

— Ah, minha filha, pode cancelar. Depois de sentir o poder do Pezão você não vai conseguir trepar com outro hoje.

Maldito Pezão. A biscate vai voar no pescoço dele com uma voadora, querem ver? A mulher está nervosinha.

— É mesmo? Hummmm. — disse Juciléia. Putz!!!

Ah, vai catar coquinho!!! Mulher é foda mesmo, diz que gosta de homem romântico e tal, mas no fundo elas querem mesmo um cafajeste filho da puta. É lógico que não são todas, mas...

— Oh, esta aí não é a biscate do filme pornô mexicano? — sussurrou Mamute no meu ouvido.

— A própria. — respondi, fazendo jóia com o polegar direito.

O pirralho ficou fascinado pelos peitões da loira. Não tirava os olhos.

— Oh, guri! — brinquei, tentando chamar a atenção do moleque. — Calma, eles não vão sair correndo! Hahaha....

— Nossa, ela parece uma loira que vi num site ontem! — disse o moleque. — Gostosa, hein!

— É verdade. Será que você vai conseguir filmar a gente direito? Você vai ter um ataque quando ela ficar peladona na sua frente, fala a verdade.

— Já vi mulher pelada antes, seu idiota.

— Vai tomar no seu cu, pirralho!

Porra, o moleque é gente boa, mas tem hora que abusa!

— Vocês vão ficar aí brigando ou vão me ajudar a levar as câmeras lá pra dentro? — gritou Pezão, querendo dar uma de gostosão. — Sem câmera não tem filme, sabiam?

Mostrei meu dedo pra ele. Cuzão. Está assim só porque vai comer a Juciléia. Tomara que ela passe gonorréia pra ele, ou alguma doença que deixe o pinto verde.

Bom, levamos as câmera pra dentro da casa e o pirralho Gates começou a montá-las, colocar as fitas, etc... Enquanto isso nós ficamos todos na sala. Eu bem que tentei puxar algum assunto com a loira, mas esta parecia estar meio assustada. Talvez seja o maldito cheiro de pexeca estragada. Maldita casa fedida!

Pezão, filho da puta, já estava com as mãos nas coxas da Juciléia, a biscate.

— Eu adorei o seu filme, sabia? — disse ele, todo seboso.

— Ah, eu prefiro não comentar sobre isso. Tudo bem?

— Sem problema.

Pezão tentou dar um beijo na Juciléia. Ela não deixou. Pezão ficou puto.

— Porra, eu estou te pagando 500 paus, minha filha!

— E daí? Quando estivermos no quarto, transando, até pode. Antes não.

Eu vi Pezão ficando vermelho de raiva e fiz sinal pra ele se acalmar. Seria uma puta sacanagem ele estragar tudo agora. Não concordam?

Pezão se acalmou. Ou pelo menos fingiu que se acalmou. Que bom.

— Já está tudo pronto aí? — gritou Pezão para o pirralho.

— Quase, quase. — respondeu o filhote de Bill Gates.

Não é por nada não, mas eu só espero que o moleque não apronte nada desta vez. Vocês o conhecem tanto quanto eu, né? Sabem que ele adora fazer umas sacanagens com a gente. Lembram da bala? Lembram do CD-bomba? Pois é, acho bom eu ficar de olho no guri. Só por precaução.

Meu, o silêncio na sala está constrangedor. Um olhando pra cara do outro e ninguém diz nada. Eu, hein!!! Será que os bastidores de filmes pornôs são todos assim?

— Minha cartomante me disse que eu ia fazer um filme pornô. — disse Juciléia, de repente. Até assustei.

— É mesmo? — eu disse, sorrindo pra ela. Eu queria mesmo arrancar aquele vestidinho laranja e agarrar aqueles peitinhos duros.

— Sim, ela é muito boa. Acerta tudo. Bom, quase tudo.

— Eu e o Nando já fomos numa cartomante uma vez. — disse Pezão.

Mamute começou a rir feito um maluco.

— Eu me lembro desta história! Conta outra vez, Pezão. — disse Mamute.

— Não, não vai contar porra nenhuma! — eu disse, puto da vida.

Sai fora! Isso aconteceu há muito tempo e é melhor deixar esta história pra lá.

— O que aconteceu? — perguntou Juciléia, toda animadinha. — Conta! Conta!

Pezão olhou pra mim com aquela maldita cara sacana.

— Pede pro Nando contar, ele sabe direitinho. — disse Pezão, rindo.

Maldito Pezão dos infernos.

— Não, não vou contar porra nenhuma!

— Ah, conta! — insistiu Juciléia.

Caralho, ela é tão gostosa e pediu de uma forma tão sexy que eu até fiquei com vontade de contar. Mulher gostosa é foda, a gente é capaz de comer cueca por elas.

— Tudo bem, eu conto.

Juciléia sorriu pra mim. Oh, não é por nada não, mas eu acho que ela está querendo dar pra mim também. Sei lá, pode ser só impressão minha, mas...

Bom, vamos lá. A história da cartomante.

— Então, era um sábado de tarde e ficamos sabendo que tinha uma cartomante na cidade. Nem eu nem o Pezão acreditamos nisso, mas a gente queria zoar um pouco com a mulher e por isso decidimos ir lá na tenda da dita cuja. Chegamos lá e tinha uma fila gigantesca esperando para fazer uma consulta com a tal de Madame Moju. O lugar estava um fudum dos infernos. Cheiro de bosta de galinha com mijo de gato. Sei lá, só sei que o lugar estava uma zona. O cheiro começou a me dar enjôo, eu estava louco pra sair de lá. Mas o Pezão me atormentou tanto pra ficar que eu acabei ficando. Resultado, 1 hora e meia depois nós fomos atendidos pela tal Madame Moju. A mulher era feia que doía a vista.

— Mas tinha uns peitões!!! — interrompeu Pezão, olhando para a loira siliconada.

— Ah, sim, isso ela tinha mesmo. Durante toda a consulta eu só olhei para os peitões dela. Na verdade eu estava com medo de olhar pra cara feia da Madame Moju.

— E aí? — disse Juciléia. — O que ela disse sobre o seu futuro? Ela acertou?

Pezão e Mamute começaram a rir feito duas hienas malucas. Filhos da puta.

— Por quê eles estão rindo? — perguntou Juciléia, rindo por osmose.

— Estão rindo porque são dois idiotas. — eu disse.

— Conta logo, meu! — disse Pezão. — Se você não contar, eu conto.

Maldito Pezão dos infernos. Ele me paga!!

— Bom, ela me disse que vou ser muito famoso um dia.

— É mesmo? — os olhos da Juciléia até brilharam agora. Ela quer dar aquela pexeca pra mim, já vi tudo. — O que a Madame Moju disse exatamente? Você vai ser algum ator de novela?

— Não.

— Você vai ficar famoso fazendo o quê então?

Respirei fundo e contei logo:

— Ela me disse que eu vou inventar um método revolucionário para se bater punheta, algo que vai mudar o mundo da auto-sacanagem. Madame Moju me disse que vou faturar milhões de dólares com este método.

Pronto. Contei. Satisfeitos? Todos na sala começaram a rir feito malucos fugindo de um manicômio, exceto a loira. A siliconada não moveu um músculo do rosto. A coitada parece estar em outro planeta. Eu estou começando a desconfiar que o Mamute está drogando a loira.

— E você já descobriu este novo método? — perguntou a Juciléia, toda sorridente.

Vocês vão me desculpar, mas ela pediu esta resposta:

— Já, mas preciso das suas mãos pra eu lhe mostrar. Topa?

— Topo.

Eeeeeeeeeeeeeeeeeeepa!!! Será que eu ouvi bem?

— Mas fica pra outro dia. — disse ela. Aaaaaahhh, que merda. — Hoje não dá.

— Isso aí. — disse Pezão, colocando as mãos novamente nas coxas da biscate. — Hoje não dá mesmo.

Pezão babaca. Ele que se foda. Sei não, estou sentindo que vou comer a Juciléia hoje mesmo. Está pintando um clima, sabe? Vocês também perceberam?

— Estas câmeras ficam prontas hoje ou não? — gritou Pezão.

— Estou recarregando as baterias! — gritou o filhote de Bill Gates.

Silêncio outra vez. Eu, hein!

— Posso contar uma história enquanto a gente espera? — disse a Juciléia.

— Claro, manda ver. — eu disse. Ela olhou pra mim com tesão. Bom, sei lá se foi tesão, mas olhou pra mim. Ela me quer, estou sentindo!

— É uma história muito bonita, minha mãe costumava contar pra mim antes de dormir.

— Conta aí. — disse Mamute.

— Era uma vez um garotinho alemão. O nome dele era Ainkt Froks. O sonho dele era ser piloto dos nazistas. Desde criança ele ficava observando os aviões de Hitler voando sobre a casa dos avós. Ele amava aqueles aviões. Ainkt cresceu e foi estudar pilotagem. Anos mais tarde ele entrou pro exército alemão e o sonho dele se realizou. Ainkt virou piloto nazista.

— Que legal. — disse Mamute.

— Mas a história ainda não acabou. Durante a segunda guerra Ainkt recebeu a missão de sobrevoar campos inimigos na Holanda e seu avião caiu numa fazenda.

— Pobre Ainkt. — Mamute é grandão, mas é uma manteiga derretida do caralho. — O que aconteceu com ele?

— Os fazendeiros holandeses comeram o cu dele.

Eu comecei a rir. Os outros não.

— Acabou a história? — perguntou Mamute.

— Sim, minha mãe sempre parava a história aqui.

— Ainkt não escapou dos holandeses e voltou pra se vingar?

— Que eu saiba, não.

— Ah, que bosta! Maldito alemão gay do caralho! É por isso que eu gosto de filme americano. Eles sempre voltam pra se vingar. Igual o Rambo!

Xiiiiiiiiiiiiiiii. O Mamute vai contar aquela história outra vez, querem ver? Lembram? Aquela em que ele encontrou o...

— Eu encontrei o Stallone lá nos Estados Unidos, sabia? — Esta história.

— As câmeras estão prontas! — gritou o pirralho.

Finalmente! Deus Existe!