“O Primo”
CapÃtulo 10 – Quem Tem Grana...
Estavam todas de cinta-liga e um roupãozinho transparente por cima. Eu pirei!!! Não consegui tirar os olhos de cima delas. Era a visão do paraÃso.
Val me deu um puta beliscão. O beliscão foi tão forte que eu acabei dando um grito. Quando eu gritei, as garotas olharam para mim.
E foi aà que eu quase desmaiei. Uma das garotas era a minha querida, amada e "falecida?" ... Caroline.
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Mas não pode ser! Caroline morreu!
Esfreguei meus olhos para ter certeza de que não estou vendo coisas. Sei lá, né? Talvez o fato do tio da Val ter apontado uma arma para mim pode ter me abalado psicologicamente e ...
— Perdeu alguma coisa, rapaz? — perguntou o tio da Val.
Eu não conseguia tirar os olhos da suposta Caroline. Ela não tinha os cabelos verdes, agora estavam loiros e com algumas luzes, mas é a Caroline! Eu sei que é ela! Mas como?
— Não, senhor — disse eu, com os olhos vidrados na loira.
O tio da Val colocou a mão sobre o ombro dela e disse, num tom de voz bem mais brando:
— Querida, vocês precisam ir embora.
De repente, vindo de não sei onde, criei coragem e ...
— Quanto custa? — perguntei para o tio da Val, olhando bem nos olhos dele.
O baixinho olhou com cara de poucos amigos para mim. Depois olhou na direção dos gringos e disse:
— I'll be right back! — depois olhou para as putas e disse: — Meninas, vocês sabem muito bem o que fazer. Vou ali e já volto.
Feito isso, o tio da Val nos arrastou delicadamente para fora da sua mansão.
Lá fora, insisti na pergunta. O baixinho não gostou muito.
— Não é para o teu bico, rapaz — disse ele.
Putz! A Val ficou puta da vida quando ouviu isso.
— Espera aÃ, tio! Aquelas vadias não são para o bico dele, e eu sou? Quer dizer então que você considera aquelas putas mais do que sua própria sobrinha? É isso?
— Valzinha, não começa!
O clima ficou meio tenso.
Val me puxou pelo braço, daquela forma delicada que só ela sabe fazer. Gritei de dor.
Quando o baixinho se preparava para abrir a porta da mansão, gritei para ele:
— Não é para mim! Tenho um amigo que é virgem e está nas últimas! Eu gostaria muito de poder ajudá-lo.
E parece que deu certo. O tio da Val ficou parado diante da porta por alguns segundos. De repente ele virou na nossa direção e fez sinal com os dedos, pedindo que fôssemos até ele.
Val olhou puta da vida para mim.
— Eu não quero olhar na cara dele — disse ela. — Se quiser, vá você sozinho.
E foi o que fiz.
Val, bufando de ódio, virou as costas e saiu batendo os pés na direção do portão. Uma longa caminhada, visto que o jardim é enorme.
— Quanto custa? — perguntei mais uma vez.
O tio da Val repetiu aquela cara de pouquÃssimos amigos, mas finalmente respondeu:
— Olha, rapaz, cada gringo aqui dentro já depositou na minha conta 4 mil dólares por cada garota. Entregue minha sobrinha sã e salva e vá para a sua casa. Isso aqui é negócio de gente grande.
— Quatro mil dólares cada uma? Caralho, elas têm diamante na buceta?
— Tem a grana ou não tem? Se não tem, por favor desapareça daqui — e o baixinho filho da puta colocou a mão na cintura, deixando sua arma à mostra.
— Mas não tem como você dar um descontinho?
— Está vendo? É por isso que eu prefiro os gringos. Os filhos da mãe me pagam sorrindo. Já os brasileiros choram pra caralho.
Bom, pelo menos eu tentei. Virei as costas para o baixinho desgraçado e comecei minha longa caminhada até o portão.
— Três mil! — gritou o tio da Val — É o que dá fazer.
— Reais ou dólares?
E o filho da puta deu uma gargalhada daquelas, parecia uma hiena no picadeiro de um circo.
— Verdinhas, rapaz, verdinhas. Só trabalho com verdinhas.
— OK — respondi, desanimado. — Antes de ir embora, posso fazer uma última pergunta?
— Anda logo que eu tenho negócios para cuidar!
— Aquela loira com luzes nos cabelos. Por acaso o nome dela é Caroline?
— Não é da sua conta, garoto! E tem mais, puta não tem nome! Agora suma daqui, por favor! E peça para a minha sobrinha não ficar chateada comigo. Eu adoro aquela biscatinha.
Ao me aproximar do portão, avistei a Val, o Pezão e o Jibóia encostados no Opala. Estavam com caras de poucos amigos. Pareciam leões famintos aguardando sua presa.
— Não precisam olhar para mim com estas caras — falei, passando pelo portão. — Não tenho culpa de nada.
— Cala esta boca e me leva para casa! — disse a Val, bem nervosinha.
— Seu tio lhe mandou lembranças — falei, bem sÃnico.
— É? Pega estas lembranças e enfia no seu cu!
— Aooooooooooooooooooooooo!!! — gritou o Pezão, rindo. — Toma!
— Eu também quero ir embora, por favor! — disse o Jibóia, olhando para o céu. — Acho que vai chover outra vez.
— Realmente, a noite não saiu como esperávamos.
— Não mesmo — disse o Jibóia. — Até tiro a gente levou. Nunca senti tanto medo na vida.
— Mas você já está com os dias contados mesmo, cara — disse Pezão. — Eu não! O primeiro tiro passou a milÃmetros do meu rosto. Foi uma cagada muito grande não ter me acertado.
— Os filhos da puta também têm anjo da guarda.
Abri as portas do Opala. O cheiro era tão insuportável, mas tão insuportável que precisamos nos afastar dele por alguns minutos. Ou desmaiarÃamos.
— Chama um táxi agora! — gritou a Val para mim. — Eu não entro neste seu carro nojento nem que a vaca tussa!
—Â Calma, deixa ele tomar um ar puro. Daqui a pouco o cheiro desaparece.
— Sinto em lhe informar, cara — disse Pezão. — Mas este cheiro aà não sai tão fácil não. Diga adeus ao seu carro. Você vai ter que vender a bagaça.
—Â Nem a pau!
— Alguém aà sentiu um pingo de chuva cair? — disse Jibóia, olhando apavorado para o céu.
—Â Enfia a chuva no seu cu, babaca! —Â gritou a Val.
E ficamos ali do lado de fora do Opala, encostados no muro da mansão, aguardando o mau cheiro diminuir. Ninguém se atrevia a chegar perto do carro. Tentei algumas vezes, mas não consegui. Será que o Pezão tem razão? Será que este cheiro não sai mesmo?
— Vocês também viram as putas? — perguntei, tentando puxar conversa.
— Claro que vimos — respondeu Pezão. — Uma mais gostosa do que a outra.
— Eram putas? — disse Jibóia.
Pezão fez um "pedala, Jibóia!". O tapa foi tão forte que Jibóia deve ter visto estrelinhas.
— O Jibóia ficou de pau duro quando elas entraram na sala — disse Pezão, rindo feito um louco. — Até esqueceu de se proteger dos tiros.
— Até você ficou de pau duro.
— Eu fiquei também — falei.
— Homem é tudo idiota mesmo, viu? — disse a Val, balançando a cabeça negativamente.
— Pezão, você viu uma loira com luzes nos cabelos?
— Luzes nos cabelos? Nando, e você acha que eu ia olhar para os cabelos das biscates? Se liga!
—Â Mas olhou para os rostos, pelo menos?
— Muito rapidamente. O cara chegou atirando feito um louco e tivemos que nos proteger. Depois não tivemos muito contato com as gostosas.Â
— Por acaso você não achou que uma delas era muito parecida com a ... ?
—Â Aquela mina que tinha cabelos verdes?
Quando Pezão disse isso eu me arrepiei todo. Isso prova que não foi apenas uma alucinação.
— Exatamente! — disse eu, com as pernas bambas. — Eu sabia que era ela!
— Se liga, Nando! A mina morreu, cara. Aquela puta deve ser parecida, só isso.
— Mas até o jeito de olhar era igual, cara! Quando ela me olhou nos olhos, eu quase morri do coração. É a Caroline sim!
— Não é, cara.
— É sim!
— Porra, vai lá e contrata a biscate então! Deve custar uns trezentos paus pra você dar uma trepada com ela e descobrir se é mesmo ou não.
— Trezentos? Trezentos? — e comecei a rir feito um doido. — Trezentos não pagam nem uma punhetinha.
— Meu tio enfia a faca nos gringos — disse a Val. — Como vocês acham que ele construiu uma mansão como esta?
— Quanto ele cobra pra gente passar o peru nelas? — disse Pezão.
— Parece que ele cobra 2 mil dólares por noite — disse a Val.
— O quê? — Pezão ficou indignado. — Vai tomar no cu! Duzentos reais estariam muito bem pagos. Elas têm ouro no xereca?
— Seu tio é filho da puta, hein! — falei. — Pra mim ele disse 4 mil dólares.
— Quatro mil? — disse a Val, espantada. — Caraca, já subiu então?
— Seu tio é maluco? Quatro mil dólares por uma trepada?
— Os gringos pagam e não reclamam, viu?
— Cambada de gringo idiota do caralho! Quatro mil dólares!
— Sexo deve ser um negócio gostoso pra caralho mesmo — disse Jibóia, bem triste. — Pra eles pagarem tanto assim.
— Eu até tentei um desconto pra você, cara — disse eu.
Jibóia pulou na minha frente, empolgadÃssimo. Nem parecia a mesma pessoa. Seus olhos arregalados brilhavam.
— Sério? Sério? E aÃ? Conseguiu? Ele faria por quanto? Fala, Nando!
— Não se anime tanto — respondi. — O desconto até que foi bom, mas ainda custaria caro demais.
—Â Quanto, porra?????????????????
É impressão minha ou o Jibóia começou a falar palavrão de alguns minutos pra cá?
— Três paus.
— Três mil reais? — perguntou Pezão.
— Dólares.
— Três mil dólares? — disse Jibóia.
— Isso — respondi.
Jibóia não fez uma cara nem triste nem contente. Ele se afastou um pouco e parecia pensativo. Muito pensativo.
— Acho que vou começar a cobrar também — disse a Val. — Quanto você pagaria para me comer, Nandinho?
— Pagar pra você? Já comi tantas vezes de graça. Por que pagar?
Val me deu um puta beliscão no braço. Doeu pra caraaaaaaaaaaaaaaaaaaalho!!!
— Eu pago! — disse o Jibóia, de repente.
Todos nós olhamos espantados para ele.
— Você pagaria para me comer? — disse a Val, toda empolgadinha.
— Você não — disse o Jibóia. — Eu quero uma daquelas — e Jibóia apontou para a mansão.
Putz!!!!!! A coitada da Val não sabia aonde enfiar a cara. Toma!!!
— Você não está falando sério, está? — disse eu para o Jibóia.
—Â Estou sim.
— Mas é muita grana, seu idiota! — disse o Pezão.
— E daÃ? O que eu tenho a perder? Posso morrer daqui a cinco minutos mesmo!
Bom, nisso ele tem razão.
— E você tem a grana? — perguntei.
— Tenho sim. Está no banco, mas tenho.
— Já sabe qual biscate vai escolher? — perguntou o Pezão.
—Â Eu quero a loira com luzes nos cabelos.
NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOO!!!