“Mistério Misterioso”
CapÃtulo 6 – Santos
A idéia do Mamute foi muito boa.
Assim que avistei um daqueles restaurantes de beira de estrada, não pensei duas vezes. Parei o Opala no estacionamento mais próximo e ficamos todos de olhos atentos no Chevete rosa. Nossa concentração só foi abalada quando Mamute soltou um sonoro peido.
— Porra, gordo, vai cagar lá fora!!!
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Quinze segundos foi o tempo máximo que conseguimos suportar dentro do Opala, mesmo com todos os vidros totalmente abaixados.
— O que você comeu de manhã? — gritei, correndo pra longe do Opala. — Cocô, repolho e ovos cozidos?
— Nem foi tão forte assim, gente — disse ele.
Detalhe: Mamute foi o único que continuou dentro do carro, sentado como se nada tivesse acontecido. Duvido que o cheiro tenha lhe poupado. Duvido!!!
De repente Zoinho apontou o dedo na direção da rodovia, gritando:
— O Chevete rosa passou reto!!! Uhuuuuuuu!!!
Todos nós olhamos para a rodovia, com olhos curiosos.
Nem sei explicar o alÃvio que senti ao ver o Chevete cruzando a rodovia. Cheguei a imaginar tantas coisas horrÃveis que acho menor nem citá-las. Ainda bem que foi tudo paranóia mesmo. Ufa!!!
Até esqueci o maldito cheiro de gambá do peido do Mamutão.
Pezão começou a rir de forma cÃnica, fazendo aquela cara de filho da puta que só ele sabe fazer.
— O cara está seguindo a gente!!! — disse ele, tentando imitar o Zoinho. — Vocês estão vendo muito filme de Hollywood, isso sim. Cambada de bicha medrosa.
— Mas a porra daquele Chevete estava parado na esquina da minha casa — disse Zoinho. — Juro por tudo que é mais sagrado.
— A única coisa sagrada pra você é tocar punheta.
Putz!!! Zoinho ficou roxo de raiva.
— Vai tomar no seu cu, Pezão!
— Vai você!
Zoinho estava se controlando para não pular no pescoço do Pezão.
— Quer saber? — disse Zoinho. — Eu toco punheta, e da� Vai me dizer que você não toca? Todo homem que é homem toca, e se não toca, deveria tocar!!! É gostoso e é seguro!!! Faz muito bem pra saúde, sabia?
— Claro que toco — respondeu Pezão. — , mas não oito vezes ao dia como algumas pessoas.
— Pelo menos o pau é meu!Â
Pezão mudou de cÃnico para assustado.
— Do que você está falando, babaca? — disse Pezão.
— Todo mundo sabe que o seu pinto era de outro cara, Pezão.
Pezão mudou de assustado para furioso. Putz!!! O cara está olhando puto para mim. Lá vem bronca:
— Que papo é este de que todo mundo já sabe? Você contou pra alguém?
Pior que eu não contei. Juro pra vocês.
— Eu não contei! — respondi.
Pezão olhou para o Opala, onde estava o Mamute.
— Foi você, gordo inútil? — gritou Pezão.
Mamute esticou a cabeça para fora do carro e respondeu:
— O que tem eu? Nem estou sabendo do que vocês estão falando, porra.
Pezão partiu em direção ao carro, furioso. Mamute saiu voando do Opala. Tudo isso é medo do Pezão ou o peido finalmente fez efeito em suas narinas?
— Vem aqui, gordo filho da puta, fofoqueiro do caralho!!! — gritou Pezão, enlouquecido. — Pra quem mais você contou?
— Do que você está falando, cara? — repetia Mamute, apavorado.
Fala sério, o Mamutão é muito burro!!! Assim que ele saiu correndo do Opala já entregou o ouro. Foi o mesmo que dizer ... FUI EU!!!
Pezão perseguiu o gordo pegá-lo pelo pescoço. Fodeu. Vai sair morte.
Fiz sinal para o Zoinho me ajudar a separar a briga. Ele deu de ombros.
— Estou cagando e andando — sussurrou Zoinho. — Deixe que se matem.
Mas eu não posso fazer isso. Depois da viagem eu deixo, mas agora não! Eu quero curtir uma praia sossegado, sem enterros e funerais.
Como dizem: já cheguei chegando. Empurrei o Mamutão pra longe e entrei no meio dos dois. É claro que levei algumas porradas de graça, mas foi a única forma de separar os brigões. Caralho, já é a segunda vez que aparto briga neste episódio. Se continuar assim...
— Me larga, porra!!! — repetia Pezão, tentando se livrar de mim.
— Eu só contei para o Zoinho, Pezão!!! — disse o Mamute, apavorado. — Juro pra você, cara!!!
— Gordo fofoqueiro do caralho!!!
— Tudo bem, não foi só para o Zoinho.
Xiiiiiiiiiiiii, Marquinho!!! Faz isso não, Mamute!!! Se você dá valor pra sua vida, faz isso não!!! Comeu cocô???
E Mamute abriu o bico:
— Além do Zoinho eu contei pra duas amigas minhas. Mas só!!! Eu juro!!!
Pezão conseguiu se soltar de mim e partiu pra cima do Mamute outra vez.
Ah, querem saber??? Fodam-se os dois!!! Que se matem!!! Estou nem aÃ.
Voltei para o Opala.
Zoinho veio atrás de mim.
Dei a partida e comecei o caminho de volta para a rodovia. Os dois continuaram lá, aos socos e pontapés.
Eu juro que estava preparado para deixar os dois para trás. Já tinha tomado a decisão e tudo.
— Oh, ficou maluco? — gritou Pezão, uns cem metros lá atrás.
Não parei. Reduzi a marcha e prossegui bem lentamente. Se quiserem voltar para o carro, terão de ralar o cu no asfalto.
— Pisa fundo e vamos embora, Nando! — disse Zoinho, sério.
— Vou dar só mais uma chance — falei. — A próxima briga que o Pezão aprontar eu largo o filho da puta e a gente segue sem ele.
— Ele nem deveria ter vindo. O cara é muito mala.
— O foda é que preciso do filho da puta; vou ficar hospedado na casa da tia dele.
— Ah, é! Eu tinha me esquecido.
Os dois continuavam lá atrás, vinham se arrastando. Estavam exaustos. Aparentemente a briga havia acabado, pelo menos fisicamente. Pelos gestos do Pezão, ele ainda xingava o gordo de tudo quanto era nome.
— E você, Zoinho? — falei, de repente. — Vai ficar com a gente ou vai ficar na casa da namorada? Como é mesmo o nome dela?
— Camilla — respondeu Zoinho, todo empolgado. — Vou ficar na casa dela. Já avisei que estou indo para Santos hoje.
— O amor é lindo.
E Zoinho fez uma cara preocupada.
— O que foi? — perguntei.
— Estou com medo.
— Medo? Medo de mulher, porra? Peru pra dentro, Zoinho!
— E se ela não gostar de mim? E se ela me achar horrÃvel?
— Espera aÃ, não vá me dizer que você não mostrou foto sua pra ela?
Zoinho demorou alguns segundos para responder, mas desembuchou:
— Não mostrei.
Putz! Comecei a rir. Mas quando vi a cara triste do Zoinho eu fiquei sem graça e parei.
— Desculpa — disse eu, sem graça. — E agora?
— Sei lá.
Pezão e Mamute chegaram.
Zoinho fez sinal desesperado para que eu ficasse quieto. Concordo com ele, este lance da foto seria um prato cheio para o Pezão começar outra briga.
— Tudo na paz? — falei para os dois. — Podemos recomeçar nossa viagem ou não?
Eles não responderam nada. Entraram no Opala e cada um foi para o seu canto.
Pisei fundo e voltamos para a rodovia. O dia ficava cada vez mais quente. Nem me atrevo a dizer quantos graus, mas a temperatura era altÃssima. Daria para fritar um ovo no capô do Opala, sem dúvida alguma.
O restante da viagem foi pacÃfica. Coloquei o primeiro CD do Linkin Park e, aparentemente, agradei a gregos e troianos. Todo mundo relaxou e curtiu a viagem na paz. Pezão e Mamute não se olhavam, mas pelo menos não se socavam. Já era um grande avanço. Uma hora ou outra eu sentia um cheiro azedo, e pelo sorriso malandro no rosto do Pezão eu sabia de quem era a culpa. Teve um que quase me obrigou a parar no acostamento. Puta merda!!! Parece que todo mundo comeu carniça de manhã!!! Eu, hein!!! Credo em cruz!!!
De repente avistei a placa indicando que estávamos chegando em Santos. Olhei pelo espelho retrovisor e vi Zoinho roncando. Adoro quando isso acontece ...
— Acorda, filho da puta!!! — gritei com toda a força dos meus pulmões.
É claro que assustei não só o Zoinho, mas todos dentro do Opala.
— Caralho, Nando!!! — resmungou Pezão, puto da vida. — Vai assustar lá na puta que pariu!!!
— Ficou maluco, porra? — reclamou Mamute, assustado.
Zoinho foi o único que não falou nada. Ele estava mais assustado com a placa de SANTOS.
— Está chegando a hora — falei para o Zoinho.
— Ela é bonita, Zoinho? — perguntou o Mamute.
Antes que Zoinho dissesse alguma coisa, Pezão falou por ele:
— Linda feito a Roberta Close!
Fodeu. Lá vamos nós outra vez. Tomara que Zoinho não dê bola para a provocação. Bom, mas antes que termine em homicÃdio, é melhor eu intervir.
— Deixem o Zoinho em paz, cacete!!!
Funcionou. Ficaram quietos.
— E se a menina não for bonita — disse eu. — , foda-se!!! Quem disse que beleza é tudo na vida?
Pezão e Mamute caÃram na gargalhada, feito duas hienas num show de strip-tease.
— Olha só quem está rindo! — falei, olhando para o Mamute.
— Não posso rir? — perguntou ele, rindo.
— Esqueceu da Lelê Cria-do-Demônio-com-Filhote-de-Jaguatirica?
Pezão caiu numa gargalhada ainda maior. Mamute não gostou muito.
— Bem lembrado, Nando — disse Pezão.
— Aquela vez foi diferente — disse Mamute, desconcertado. — Eu estava completamente chapado e ...
— Chapado porra nenhuma!!! — falei. — Você estava muito sóbrio.
— Como é que você conseguiu comer aquilo, gordo? — disse Pezão, rindo muito.
— Caridade, porra!!! — respondeu Mamute, irritado.
Eu ria tanto que quase perdi o controle do carro.
— A guria era tão horrÃvel, coitadinha! — prosseguiu Mamute. — Fiquei com pena e resolvi dar uma colher de chá de Porraminha pra ela.
Entramos em Santos.
— Onde a Camilla mora? — perguntei pro Zoinho.
— Rua Antonio BerzoÃno, número ...
— Caralho, Zoinho!!! Ela não deu um ponto de referência ou coisa parecida?
— Ah, ela disse que fica perto do campo da Portuguesa Santista.
— Putz! Não tenho a menor idéia de onde fica isso.
— Se é que esta tal de Camilla existe mesmo, né? — disse Pezão. — Acho melhor a gente ir pra São Vicente primeiro e amanhã ...
Olhei feio para ele.
— Fica quieto, cara — disse eu. — Já estamos em Santos mesmo, não custa nada a gente deixar o Zoinho na casa da mina.
— A Camilla tem irmã, Zoinho? — perguntou Mamute.
Todo mundo olhou para ele, aguardando a resposta.
— Não sei — respondeu Zoinho.
— Aposto que a tal de Camilla é uma gorda cheia de sardas — disse Pezão. — E ela deve ter outras cinco irmãs gordas, todas sardentinhas também.
— Não sendo piranha como a tua irmã, está ótimo — disse Zoinho.
Falando na Maura, será que ela já voltou de Belo Horizonte? Bom, esta é outra história ... Vamos prosseguir com a nossa.
Ninguém aqui conhece Santos, então o jeito é perguntar por aÃ.
Quem tem boca vai a Roma, certo? Então vamos lá.
Embiquei o Opala por dentro da cidade. Em cada boteco que passávamos eu parava para perguntar informações sobre o campo da Portuguesa Santista. Deve ser um local conhecido, não? E é mesmo. Todos sabiam onde é, o problema era encontrar alguém sóbrio para explicar direito. Teve um tiozinho que estava com um bafo tão forte que quase me derrubou.
Mas o pior ainda estava por vir ...
Paramos em frente a um boteco chamado PEIXE ATÉ A MORTE. Nome agradável, vocês não acham?
— Moço, oh, moço! — gritou o Pezão para um cara parado na porta do boteco.
O cara era do tamanho de um armário. Ele olhou meio desconfiado para o Opala, ergueu a sobrancelha e disse com um puta vozeirão de locutor de rádio FM:
— O que você quer?
— Faz favor, — prosseguiu Pezão, fazendo gestos para o cara vir até o carro. — vê se você pode ajudar a gente.
O grandão fez uma cara de pouquÃssimos amigos, mas veio até nós. Ele vestia uma camisa do Santos. A camisa era tão velha que deve ter pertencido ao avô do Pelé.
— Como é que a gente faz pra chegar no campo da Portuguesa Santista? — perguntamos.
O cara não respondeu de imediato. Ele ficou encarando a gente por algum tempo. Depois encarou o meu Opala, cada centÃmetro dele. Comecei a ficar preocupado.
— Portuguesa Santista? — disse o grandão, em tom de deboche. — Fica bem longe, graças a Deus.
Porra! Que fica longe a gente já sabe. Já nos disseram.
— Poderia nos informar como a gente faz pra chegar lá? — perguntei.
O cara mirou os olhos em mim, e confesso que senti um cagaço na hora. Meu, o cara parece que acabou de saltar do filme Carandiru. Puta cara de traficante.
De repente ele mirou os olhos em outro lugar: porta-luvas. Puta merda!!! Havia um baita adesivo do Corinthians colado ali. De onde saiu isso? Juro que eu nem tinha reparado!!!
Meu, quando o grandão bateu o olho no adesivo, senti as veias da sua testa saltarem uma por uma. Deu pra sentir a raiva crescendo em seus olhos e em todo o seu corpo.
O cara bateu a mão no porta-luvas e tentou arrancar o adesivo na porrada.
— Isso aà não é meu — falei. Sei lá se alguém conseguiu ouvir. Eu estava tão apavorado que devo ter apenas sussurrado. — Meu pai que comprou este carro e ...
O cara nem me deu bola, continuou tentando arrancar o adesivo de qualquer jeito.
De repente saÃram outros dois caras enormes do bar.
— Tudo corintiano, meu povo — disse o brutamontes para os dois amigos. E apontou para o interior do Opala.
Puta merda!!! Estamos fodidos. Isso aqui vai dar bosta, com certeza!
— Está havendo um engano! — disse Pezão. — Não somos corintianos!!!
Meu, quando saÃram mais três grandões do bar eu não tive outra opção: pisei fundo no acelerador e saà queimando o asfalto. Quase arranquei o braço do grandão fora, mas foda-se!!! Era o dele ou os nossos, certo? Não sairÃamos vivos dali, com certeza.
— Meu, os caras estão entrando numa Kombi! — disse Mamute, apavorado.
— Pisa fundo nesta porra, Nando! — gritou Pezão. — Acelera, maluco!!!
Quando olhei o tamanho dos caras que estavam subindo na Kombi eu pensei comigo mesmo: é peso demais para uma Kombi, não vão conseguir nos alcançar nem a pau!!!
E realmente não conseguiram. O Opala deixou a Kombi no chinelo.
Ufa!!!
— Agora tira este adesivo daÃ, pelo amor de Deus!!!
Obs.: Nada contra o Corinthians. Mas o adesivo só nos traria problemas.
Já era quase quatro horas da tarde quando nós finalmente localizamos a maldita casa da Camilla. Se é que esta porra de Camilla existe mesmo. Estou desconfiado de que seja uma pegadinha de alguém. Na Internet tem muita gente sacana.
— Está ali, é o número que ela me passou — disse Zoinho, apontando para um sobrado do outro lado da rua. Zoinho estava mais branco que um copo de leite.Â
— Fica frio, mano — falei, tentando acalmar o pobre coitado. Quero dizer, pobre eu acho que não, pois o filho da puta tinha tanta revista de mulher pelada, e se ele realmente vendeu todas, isso deve ter lhe rendido uma boa grana.
— Anda logo com isso, porra! — disse Pezão, impaciente. — Estamos perdendo um dia na praia por causa dessa biscate virtual.
Zoinho estava tão concentrado no sobrado que nem deu bola para a provocação.
Desci do carro e levantei o banco para que Zoinho também descesse. O coitado estava tremendo de nervoso. Enquanto ele descia, fui abrir o porta-malas para pegar sua bolsa.
— Calma, Zoinho! — gritei. Zoinho me olhou assustado. Fiquei com pena do rapaz. Ele está morrendo de medo de ser rejeitado. — Vai dar tudo certo, você vai ver.
Entreguei-lhe a bolsa e dei-lhe dois tapinhas nas costas, tentando passar confiança pro maluco.
— Vamos lá comigo, Nando, por favor.
— Ah, será que é uma boa idéia? Eu não sirvo pra segurar vela, eu ...
— Por favor! Estou nervoso demais, vou acabar fazendo merda.
Putz! E agora? Poxa, o coitado está tão apavorado que não vai conseguir nem caminhar até a casa da mina. Preciso fazer alguma coisa.
— Tudo bem, eu vou até lá com você. Mas só até o portão, hein!
Zoinho ficou tão contente que quase gozou na cueca.
Abaixei-me até a porta do Opala e falei para o Pezão:
— Vou lá conhecer a namorada do Zoinho. Espera um pouco aÃ.
Pezão fez cara de poucos amigos.
— Enquanto isso a gente vai sair pra comprar cerveja então — disse ele, já pulando para o banco do motorista.
Porra, até que é uma boa idéia. Desde que ele compre para todos, é claro.
— Beleja — disse eu, jogando as chaves do Opala para o Pezão. — Mas muito cuidado com o ...
Pezão nem me deu tempo de completar; saiu queimando os pneus. Filho da mãe!!!
Paramos em frente ao portão de madeira do sobrado. O portão é daqueles todo fechado, então não dá para ver nada do outro lado. Acho que isso deixou Zoinho ainda mais nervoso. Pensando bem, eu também ficaria. Imaginem só ... a mina vai abrir o portão e Zoinho vai dar de cara com ela. Se a Camilla for o monstro do Lago Ness não vai dar tempo pra fugir ou fingir que não se assustou.
— Vamos, Zoinho! — falei, apontando para a campainha perto dele. — Não temos o dia todo.
Ele hesitou um pouco, mas apertou o interruptor.
— E se ela não gostar de mim? — perguntou ele, esfregando as mãos e tremendo dos pés a cabeça.
— Foda-se! — respondi, dando risada. — Eu também não gosto e você nunca reclamou.
Zoinho acabou rindo também.
Ouvimos passos do outro lado do portão. Vem vindo alguém. Será ela? Zoinho começou a suar frio. Confesso que até eu fiquei um pouco nervoso.
E o portão abriu-se.
Santa Pixirica!!!