As Aventuras de Nando & Pezão

“Jovem Cientista”

Capítulo 14 – Sossega, Nando Júnior!!!

— Olá! — falei pra menina. A mãe dela me olhou estranho. — Minha amiga é alérgica a sapos. Será que você poderia ... ?

E a mãe da menina a puxou pelo braço. As duas afastaram-se da multidão.

Quanto mais distante a menina ficava, mais calma ficava a Nari.

E o mais curioso é que não era fingimento, pois a Nari não estava vendo a menina. 

Sinistro.

Será que o Babalu da guria é tão perturbado assim? Eu, hein! Deu até arrepio.

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De repente uma voz feminina muito sexy saiu das caixas de som espalhadas pelo auditório. A voz disse: "Atenção, senhoras e senhores, dentro de 5 minutos estaremos dando início às cerimônias de premiação. Categoria Júnior, sala 1. Categoria Adolescente, sala 2. Categoria Livre, sala 3. Categoria Bizarrices, sala 4."

E a multidão se espalhou. 

Voltei para perto de Nari e Pezão. Os dois estavam sentados num canto do auditório.

— Ela está bem? — perguntei.

— Está meio zureta ainda — respondeu Pezão, colocando sua mão sobre o ombro direito dela.

Nari ergueu a cabeça e olhou pra mim com uma cara de poucos amigos.

— Estou bem — disse ela. — , mas quero distância daquela garota.

Agora o auditório estava quase vazio. Além de nós três só havia um casal de gordos comendo o resto dos canapés. Na verdade não comiam, mas devoravam!

— Vamos — disse Pezão, levantando-se. — , ou perderemos a premiação do Murilo.

— Eu quero ir embora daqui — disse a Nari.

— Embora? Mas a premiação ainda nem começou.

Antes que Nari dissesse alguma coisa resolvi apoiá-la. Falei para o Pezão:

— Vá acompanhar a premiação. Eu fico aqui com ela.

Pezão ficou hesitante, mas acabou concordando.

— Pra qual sala eu devo ir? — perguntou ele, coçando a cabeça.

— Agora fodeu — falei. — , não tenho a menor idéia.

— Bom, eu me viro — e olhou para Nari. — Tem certeza de que não quer vir?

Nari só balançou a cabeça.

Assim que Pezão desapareceu de nossas vistas sentei-me ao lado da Nari. Ficamos em silêncio por alguns instantes, até que resolvi dizer alguma coisa:

— Não vi nada de estranho na garotinha, mas a mãe dela eu achei bem esquisita.

— Você viu apenas com os olhos — disse ela, olhando para a mesa de canapés. Bom, era uma mesa com canapés, mas o casal de baleias comeu tudo. — Eu vi com a minha mente.

E ficamos em silêncio novamente. Nari não me dava a menor bola, era como se eu não estivesse ali.

Meu estômago começou a roncar. Levantei-me e fui até a mesa de canapés para averiguar se havia sobrado alguma coisa. Não. Não sobrou porra nenhuma. Malditos gordos esfomeados dos infernos!!!

Voltei para o meu lugar. Após algum tempo resolvi quebrar o silêncio outra vez.

— O que foi aquilo no carro?

E ela finalmente olhou pra mim.

— Hã?

— Você sabe ... aquela hora!

Ela me olhou espantada.

— Do que você está falando?

— Você sabe muito bem do que estou falando.

— Não. Não sei.

Olhei ao redor pra me certificar de que não havia ninguém nos observando e então ... imitei a Nari tocando uma pra mim.

Ela me olhou mais espantada ainda.

— O que você está fazendo? — seus olhos estavam arregalados.

— Você não me engana — e parei com os gestos. — O jeito com que você abriu o meu zíper e ...

— O quê? — Nari deu um salto da cadeira. Cheguei até a me lembrar de uma Pegadinha do Mallandro, aquela da cadeira que dá choque e faz a vítima dar pulos de 2 metros.

Nari ficou de pé e olhando feio pra mim. Não me intimidei, resolvi atacar:

— Admita — eu disse, com um sorriso irônico. — Você sente tesão por mim.

— Você enlouqueceu de vez.

— Eu enlouqueci? Eu? Tem certeza? O zíper da minha calça não desceu sozinho, disso eu tenho certeza.

— Você é nojento, sabia?

Comecei a ficar irritado com tantas negações. Levantei-me da cadeira também. Ficamos frente a frente. Olhos nos olhos.

— Agora já aconteceu — falei, irritado. — , não dá pra negar.

Nari começou a murchar. Cheguei a pensar que iria desmaiar novamente. Mas não desmaiou. Seu rosto ficou triste e ela sentou-se novamente.

— Perdoe-me — disse ela, olhando para o chão. — Isso já me aconteceu antes.

— Ahá!!! Então você admite que ...

— Ás vezes minha mente apaga e faço coisas ... que vão contra o meu Babalu. Mas quando eu volto ao normal não me lembro de mais nada.

Putz!!! Ah, fala sério! Pra cima de mim? Ela meteu a mão no meu bilau e agora vem com este papinho de "contra o meu Babalu". Ah, se liga!

— Nari.

E ela finalmente olhou para mim.

— O que foi?

Senti uma vontade enorme de dizer "Enfia o Babalu no cu e assovia o hino da Argentina!!!" ... mas não fiz. Ajoelhei-me diante dela e beijei sua boca. Ela resistiu um pouco no começo, mas depois liberou geral.

Eu sabia que ela estava a fim! Eu sabia! Aquele papinho furado não colou nem um pouco. Vocês podem não acreditar, mas o beijo durou mais de 5 minutos. Antes que vocês me perguntem, a resposta é sim ... rolou língua.

— E agora? — falei, sorrindo pra ela. — Você também vai me dizer que não se lembra?

Nari fez algo raríssimo ... sorriu pra mim. Depois balançou a cabeça, fazendo sinal de não. E nos beijamos novamente, mas desta vez um beijo mais curto.

Fiquei de pé e meti a mão no bolso da minha calça. Nari olhava pra mim de forma diferente agora, não com aquele olhar desconfiado e assustado, mas com tesão.

Ela abriu outro sorriso quando puxei do bolso da minha calça as chaves do carro. Dei-lhe uma piscadela bem sem-vergonha e falei:

— Vamos?

Ela me olhou curiosa.

— Pra onde?

— Pra onde você quiser! A noite é uma criança, gata.

Nari olhou na direção das salas.

— Mas e o Cumbuca e o menino?

— Depois a gente volta para pegá-los.

Ajoelhei-me novamente diante dela. Agarrei seus pés e fui subindo minhas mãos por debaixo da saia, até alcançar suas coxas. Sua pele macia estava pegando fogo.

Ela olhou pra mim com mais tesão ainda.

— Vamos sair daqui — disse ela.

Uhuuuuuuuuuuuuuu!!! É hoje!!!

Entramos no carro feito dois fugitivos que acabaram de assaltar um banco. Adrenalina lá em cima.

Assim que fechei a porta do carro Nari veio pra cima de mim feito uma leoa esfomeada. Mordeu o meu pescoço com tanta vontade que até gritei de dor.

— Desculpa — disse ela, acariciando o local da mordida — , machuquei você?

Nem perdi tempo respondendo, parti pra cima dela com um beijo na boca. Enquanto nos beijávamos enfiei minhas mãos por baixo de sua blusa e fui acariciando sua barriguinha, até chegar no sutiã. Sutiã? Ela não usa sutiã ... aooooooo delícia!!! Quando minhas mãos tocaram seus seios os bicos ficaram durinhos. Aposto como seria possível furar uma bexiga com eles.

A rua onde estávamos estacionados era escura, perfeita para o que estávamos prestes a fazer. E mesmo se não fosse escura eu acho que faríamos da mesma forma.

Deixei minha mão direita encarregada dos seios, pois eu tinha outros planos para a mão esquerda. Nari não usa calcinha, né? Uhuuuuuuu! Lá vamos nós ...

De repente pensei ter ouvido duas batidas secas no vidro. Foda-se, ignorei e continuei o caminho até ...

— Abre esta porra ou eu meto bala!!! — gritou uma voz do lado de fora.

Parei tudo o que estava fazendo. Só o Nando Júnior não deu atenção para a voz. Nando Júnior continuou ereto feito um bambu.

— Deve ser brincadeira de algum moleque sem-ver ...

— Abre a porta, porra!!!

Não era nenhum moleque sem-vergonha. Havia dois homens encapuzados do lado de fora do carro. Um deles apontando um revólver para mim.

— Sai do carro agora! — gritou o encapuzado armado. — Anda, rapidinho!

— Faça o que ele está mandando — disse Nari, com uma voz razoavelmente tranqüila.

Abri a porta com as mãos tremendo. Um vento congelante acertou-me em cheio. Agora eu tremia de medo e de frio.

— Mãos na cabeça, babaca!!! — gritou o outro encapuzado. Este parece não estar armado. Mas já deu pra perceber que é tão filho da puta quanto o primeiro. — Quero relógio e celular também!!! Rápido!!!

Desci do carro e levei uma pancada na nuca. A dor foi terrível. Entreguei meu celular, pois relógio eu não uso.

O desarmado ficou parado olhando para a Nari. Ela estava toda despenteada e com a blusa toda torta. A saia estava arreganhada e amassada.

— Se quiser eu termino o serviço, belezinha!!! — disse o desarmado.

— Não temos tempo pra isso, caralho — disse o armado. Ele olhou para Nari. — Está olhando o quê? Desça do carro, piranha!

E Nari obedeceu. Acho que ela está mais tranqüila do que eu. O desarmado passou-lhe a mão na bunda com tanta violência que faltou pouco pra lhe arrancar a saia.

— Gostosa — disse o filho da puta.

— Entra no carro, porra! — gritou o armado para o desarmado.

O cara não obedeceu, ficou parado e deu uma piscada para a Nari. Filho da puta.

— Vamos levar a piranha com a gente — ele disse, colocando a mão na virilha. — Estou precisando me divertir um pouco.

— Nós somos ladrões, não estrupadores! Agora entra no carro, cacete!!!

O desarmado ficou puto da vida. Entrou no carro, mas resmungando:

— O correto é estupradores, não estrupadores! Não sabe nem falar direito.

Eu, hein! O cara é bandido ou professor Pasquale? 

Por fim o armado entrou no carro e fechou a porta. Senti um alívio grande. Agora sumam daqui, filhos da puta!!!

Mas não sumiram. O armado abaixou o vidro e ficou me encarando. Porra, o que será que ele quer agora? Se levarem a Nari será o fim da coitada. Só iremos vê-la novamente nas páginas policiais de um jornal qualquer.

E os bandidos começaram a rir feito duas hienas homossexuais saltitantes numa parada gay. O pior é que eles estavam claramente rindo de mim.

Sei que posso me arrepender, mas não resisti:

— O que foi? — falei, puto pra caralho.

— Sente tesão por bandido, sua bicha? — gritou o armado olhando para mim.

Nari me deu um cutucão e me mostrou do que eles estavam rindo. Eu não tinha me dado conta de uma coisa ... Nando Júnior continuava duro feito pedra. A barraca estava armada. E acho que estava armada desde quando saí do carro. Fiquei sem graça pra caralho.

Quando eu pensei que nada pior poderia acontecer ...

— Tira a roupa agora! — gritou o armado, apontando o revólver para a minha calça.

— Pra que isso? — falei. — Vocês já pegaram o que queriam.

— Cala esta boca e tira a roupa rapidinho, sua bicha! — e o filho da puta olhou para a Nari. — Você também, vagabunda! Anda, rapidinho! Mostra estes peitões pra gente.

Acreditem ou não, Nando Júnior continuou duro. Porra, brother, isso é hora de ficar empolgado? Tem um filho da puta apontando uma arma para nós!!! Sossega, Nando Júnior!

Nem preciso dizer que os bandidos tiveram outra crise de risos.

Desconfio que estes filhos da puta são duas bichas enrustidas, pois nem olharam para a Nari peladinha do meu lado. Ficaram olhando pra mim, às gargalhadas.

— Parem com isso — disse a Nari, de repente.

Os filhos da puta pararam de rir. O armado olhou feio para a Nari.

— Não me faça mudar de idéia, vagabunda — disse ele. — Cala esta boca ou eu levo você com a gente.

— O que vocês estão esperando? — disse o outro encapuzado, rindo. — Queremos as roupas! Rápido, as roupas!

Tremíamos tanto de frio que não conseguíamos nos mover.

— Vocês são surdos? — gritou o armado. — Queremos as roupas, porra!

Recolhi peça por peça do chão e entreguei para os filhos da puta. Eu não acreditava no que estava acontecendo. Parecia pesadelo.

E não era. Estávamos nus em Campos do Jordão. Dá pra acreditar? Ou morremos de vergonha ou morremos de frio. Fodeu.

— Divirtam-se — disse o encapuzado ao volante.

E o filho da puta saiu fritando os pneus, levando o carro do Pezão, meu celular, minha carteira e nossas roupas.

Que beleza ... a vida é bela. Se eu pego o filho da mãe que disse isso ... chuto-lhe o saco com tanta força que as bolas irão parar nos olhos.

— Vamos morrer congelados — disse Nari, batendo com os dentes.

— Abrace-me forte — falei, sem segundas intenções. — Isso vai nos aquecer um pouco.

Está frio pra caraaaaaaaaaaaaalho!!! E detalhe: Nando Júnior continua duro.

— Credo, Nando! — resmungou a Nari. — Sossega isso aí!!!

— Não tenho culpa! Não sei o que deu nele.

E ficamos ali na calçada, nus, abraçados na escuridão. Impressionante como não passava uma alma viva naquela porra de rua. Será que todo mundo morreu e não fomos avisados?

Só porque eu disse ... um farol apontou lá longe.

— Vem vindo um carro — disse a Nari, tremendo muito. — Vamos pedir ajuda!

Vou confessar uma coisa: se não fosse o frio ... eu estaria no céu ... A Nari tem um corpo delicioso. Juro pra vocês, se eu não estivesse sem camisinha aproveitaria a situação e ... peru pra dentro!!!

Lá vem o carro.

— Precisamos de ajuda!!! — gritou ela, bem quando o carro passou por nós.

Acho que não ouviram seus gritos, pois ... Opa, o carro está dando a ré. Uhuuu!

— O que iremos dizer? — eu falei.

— Contaremos que fomos assaltados e ...

O carro parou do nosso lado e foi uma tremenda chuva de gargalhadas.

— Caralho, os dois estão trepando na calçada!!! — gritou uma voz feminina.

— Não é isso não!!! — gritou a Nari, desgrudando-se de mim por um instante. — Nós fomos assaltados e ...

— Bate uma foto, Tati!!! — gritou outra voz feminina.

— Foto não, porra!!! — gritei, escondendo-me atrás da Nari. — Precisamos de ajuda! Fomos assaltados!

Dois flashes. Um atrás do outro. 

— Parem com isso! — gritou a Nari. — Vocês são surdas? Nós precisamos de ...

Outro flash. E o carro saiu em disparada. Mesmo distante eu ainda ouvia as gargalhadas das patricinhas dos infernos.

Putz!!! Nem quero imaginar o que farão com as fotos. Uma vez fotografamos um amigo nosso cagando no mato e a foto caiu na internet. Nem preciso dizer que esta foto roda por aí até hoje, né? Bom, se depender da minha sorte ... Não quero nem imaginar!

— Vamos voltar para o local da premiação — disse a Nari.

— Creio que seremos barrados na porta.

— Seremos, é claro. Mas aí a gente conta o que aconteceu. Alguém irá nos ajudar.

— Espero que sim.

E lá fomos nós. Para não congelarmos voltamos a nos abraçar.

— Nando, seu sem-vergonha, dá um jeito nisso!

Nem preciso dizer o que foi, né? Putz grila, o que deu no Nando Júnior hoje? Será que tinha viagra naquela cerveja que tomei na churrascaria?

Quanto mais perto ficávamos do centro de convenções, mais iluminada ficava a rua, e é claro que mais envergonhados ficávamos.

— Pelo menos aqui não tem formigueiro — pensei em voz alta.

— Hã?

— Deixa pra lá, é uma lonnnnnnnga história.