As Aventuras de Nando & Pezão

“Jovem Cientista”

Capítulo 6 – A Aposta

Caralho, o baixinho é uma mistura de Mestre dos Magos com Mestre Yoda? Eu, hein!!! Ele pegou firme no braço do Pezão e o arrastou de volta para a sala, dizendo:

— Precisamos iniciar o seu processo de purificação agora mesmo.

Pezão olhou para mim com cara de poucos amigos. Retribuí o olhar e falei:

— Calma, Cumbuca, a raiva não faz bem para o seu Babalu Cósmico.

O guri quase se mijou todo.

— Você é foda, Nando — disse ele.

— Nem sou, guri. Se eu fosse teria contado pro Mestre Yoda que a primeira relação carnal do seu irmão foi aos 14 anos, e com 3 prostitutas.

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E o guri quase teve um treco do coração, parecia uma hiena com sarampo. O guri fez tanto escândalo que outras duas garotas da seita vieram até a cozinha. Meu, eu nunca vi tanta mulher com os peitos de fora, estou me sentindo numa praia nudista.

— Perdoe-me o meu pequeno amigo aqui — eu disse para as duas que chegaram. — , é que eu sou bom pra contar piadas.

Elas deram um sorrisinho bem amarelo. 

Olhando bem para elas nota-se algo em comum: são todas muito bonitas!!!! Estas duas últimas então ... uau!!! Uma ruiva e uma mulata. Seios perfeitos, como se fossem esculpidos por um artesão da Grécia antiga. Nossa, fui longe agora, hein!!! Mas que culpa eu tenho? Tem algo mais inspirador do que várias mulheres lindas com os seios à mostra?

O guri estava com os olhos arregalados para a mulata.

— Calma, baixinho, assim você arranca pedaço da moça.

Quando eu falei isso finalmente consegui arrancar algumas risadas das garotas. Foi lindo ver aqueles seios chacoalhando enquanto elas riam.

O guri me chutou a canela por debaixo da mesa. Eu estava tão concentrado nos peitos das minas que nem senti dor alguma.

— Meu nome é Fernando, mas podem me chamar de Nando — falei para elas. — Quem são vocês?

A ruivinha foi a primeira a se apresentar:

— Eu sou Fogo de Palha. Quero dizer, meu nome-símbolo é este, dado pelo mestre.

Fogo de Palha? Sei não, eu acho que esta ruivinha daria uma leoa na cama. Ela tem um corpão nervoso! Pena que esta maldita saia ridícula esconda as suas pernas.

— E você? — perguntei para a mulata, a mais sorridente das quatro.

— Pérola Negra — respondeu ela, toda orgulhosa.

— Chique, hein! Pérola Negra! Foi o mestre quem a batizou assim?

— Sim, todas recebemos o nome-símbolo do nosso mestre.

— E se vocês não gostarem do nome-símbolo? — perguntou o guri.

Finalmente a garota dos peitinhos mais bonitos resolveu abrir a boca. Ela respondeu:

— Já nascemos com o nosso nome-símbolo definido. Gostar ou não gostar não vem ao caso. Aceitamos e seguimos o nosso caminho.

Uau! A mina é do tipo séria. Acho que gamei.

— E qual é o seu? — perguntei, tentando não encarar os seus lindos seios desta vez.

— Montanha-Russa.

Putz!!! Montanha-Russa??? Assim que ela terminou de dizer eu precisei me segurar muito pra não soltar isso aqui: "Deixa eu passear em você, minha deusa?".

— Interessante — falei, ainda me segurando. — , muito interessante.

— E o seu? — perguntou o pirralho para quarta garota.

— Vento Sul.

Credo, será que além dos peitos caídos ela tem problema de gases? Pobrezinha. Bom, pelo menos de rosto ela não deve nada pra ninguém, ela tem uns olhos azuis maravilhosos. Resumindo: eu comeria!!!

Ficamos em silêncio por alguns instantes. 

O pirralho não tirava os olhos dos peitos da mulata. Aposto como o guri está de pau duro. Mas quem sou eu pra dizer alguma coisa, né? Também estou, ora bolas!

— Sentem-se — falei para as garotas. — , fiquem à vontade.

Ops!!! À vontade todas elas já estão, né? Mas elas entenderam o que eu quis dizer.

A mulata e a ruiva aceitaram o meu convite, já as outras duas pediram licença e voltaram para a sala. Droga! Eu queria tanto trocar uma idéia com a Montanha-Russa.

— Vocês são virgens? — perguntou o pirralho, do nada!

Meu, eu quase caí da cadeira. Para a minha surpresa elas acabaram rindo da pergunta. Eu pensei que o guri ia levar um safanão nas fuças.

— Sim — respondeu a mulata, calmamente. — , eu acabei de entrar no meu terceiro ciclo aqui na Terra, e Fogo de Palha nem saiu do segundo.

— Que negócio é este de ciclo? — perguntei, curioso. — Estou boiando.

— Cada ciclo terrestre tem exatos dez anos. Eu tenho 23 anos de idade, portanto já estou no meu terceiro ciclo. Fogo de Palha tem só 19 anos, nem saiu do segundo ciclo.

— E pra manter relações carnais vocês ....

Antes que eu pudesse terminar a frase senti um vulto entrando pela porta da cozinha, vindo do jardim. Era ela: Maura. A mina tomou um susto tão grande ao nos ver.

— O que é isso? — gritou ela, jogando sua bolsa sobre a mesa.

— Chegou bem na hora da suruba — falei, tentando me manter sério.

— Como é que é? E vocês nem me convidam?

— É zoeira do Nando, sua anta! — disse o pirralho.

— Zoeira? Mas então o que estas duas biscates estão fazendo com os peitos de fora?

Caralho! Agora vai dar rolo! Nem quero ver! Ou melhor, quero ver sim! Já imaginou uma briga de mulheres com os peitos de fora? Uhuuuuuuu!!!

Mas não foi isso que aconteceu. A ruiva, Fogo de Palha, olhou para a Maura com toda a calma do mundo e disse:

— Biscate? O que é uma biscate?

— E ainda por cima é metida a engraçadinha!!!

Porra, a Maura já está pegando pesado. É melhor eu intervir, apesar de estar bem interessado numa briguinha.

— Maura — eu disse. E ela olhou pra mim. — , acalme-se, elas fazem parte da seita satânica que o seu ....

— Seita satânica??? — caralho, a mulata quase chutou o meu saco. — Que horror!!!!!!

E a ruivinha completou, ainda mais indignada:

— Credo!!! Somos isso não!!! Somos um culto de amor à vida! Pregamos a paz e a harmonia entre a raça humana. Nós só queremos ficar em harmonia com o nosso Babalu Cósmico. Não temos nada de .. satânico! Credo, nem posso dizer esta palavra.

— Sim, é isso! — disse a Pérola Negra, ainda me olhando feio. — Você pensou que fôssemos satanistas?

Fiquei vermelho de vergonha. Eu falei por brincadeira, né?

— Perdoe-me, saiu sem querer querendo.

Falei de um jeito tão acanhado que todas acabaram rindo, inclusive a Maura.

— Preciso de 1 litro de leite, urgente!!! — disse uma voz, atrás de mim.

Era a Montanha-Russa, com um olhar sério e apreensivo.

— O que aconteceu? — perguntei.

— O Cumbuca está sendo purificado e precisamos de 1 litro de leite para finalizarmos o ritual!

— Cumbuca, mas quem é Cumbuca? — perguntou a Maura, olhando seco para os peitos da Montanha-Russa.

Caraca, esqueci que a Maura é bolacha. No fundo ela também está gostando desta mulherada com os peitos de fora, né?

— Cumbuca é o mano — respondeu o guri, levantando-se e indo até a geladeira.

— Vocês estão todos malucos — disse a Maura, balançando a cabeça negativamente.

— Toma — disse o pirralho para a Montanha-Russa, entregando-lhe uma jarra com leite. — , é tudo o que temos em casa.

— Obrigada — disse a Montanha-Russa. — , acho que serve.

E ela voltou correndo para a sala. É claro que todos nós corremos atrás dela. Ficamos curiosos para ver como é o tal ritual de purificação.

— Que seios lindos tem aquela garota — disse a Maura para mim.

Ela estava se referindo à Montanha-Russa.

— Sim, mas eu vi primeiro! — respondi.

— E daí?

Meu, que ódio que eu fiquei da Maura! Senti uma puta vontade de dar um chute na testa da biscate. Mas eu não bato em mulher. Que sorte a dela, viu?

Entramos na sala e não vimos porra nenhuma. O pessoal da seita fez um círculo em volta do Pezão e do Mestre Yoda.

Mas para a nossa sorte, os sofás e mesinhas estavam pra fora do círculo, então nós subimos neles. Meu, fala sério esta sala, rico é outra coisa mesmo. É enorme.

— O que estão fazendo com o mano? — gritou o pirralho, de pé sobre o braço de um sofá.

Caraaaaaaaaaaaaaalho!!! Olha lá o Pezão! Vocês não vão acreditar na cena: Pezão totalmente nu, deitado com a cabeça no colo do Mestre dos Magos. Ao seu lado, com a jarra de leite, está a minha bela Montanha-Russa.

— Puta que pariu! — gritou a Maura, descendo do sofá. — Meu irmão pelado no colo de um duende velhote! Terei pesadelos para o resto da minha vida! Eca!

E a Maura voltou para a cozinha, esfregando os dedos nos olhos.

Concordo que a cena não é das mais agradáveis, mas eu estou curioso pra saber o que vão fazer com ele. Será que vão mesmo purificar o Pezão? Fala sério, hein! Será necessário muito mais do que apenas 1 litro de leite pra se fazer isso. Pra tirar os pecados que aquele filho da puta já cometeu eles vão ter de chamar uns 20 caminhões da Parmalat.

— Babalu! — disse o Mestre dos Magos.

Montanha-Russa ficou de pé e ergueu o jarro com leite.

— Babaloá! — disse a galera que formava o círculo ao redor deles.

— Sai, espírito fornicador!!! — prosseguiu o Mestre dos Magos. — Sai, espírito fornicador!!! Sai, espírito fornicador!!! Sai, sai, sai, sai, sai, sai .....

— Seu amigo será purificado — disse a Pérola Negra, subindo no sofá e ficando ao meu lado.

Caralho, até perdi a concentração ao olhar para aqueles seios mulatos bem pertinho de mim. Ai que vontade de apalpá-los! Ai que vontade de fazer fom-fom!

Quando voltei os olhos para o ritual eu não pude acreditar ...

— O que a Montanha-Russa vai fazer? — gritei.

Alguns integrantes do círculo olharam para trás, na minha direção.

— Ela vai passar o leite no corpo dele — respondeu a mulata.

Ah, não!!! Não é justo!!! Maldito Pezão filho da puta dos infernos!!! Eu quero que ela passe leite em mim!!! Em mim!!! Ah, fala sério!!!

E não é que é verdade mesmo?

A minha doce Montanha-Russa pegou o jarro e despejou leite pelo corpo do desgraçado. Depois ela começou a ...

Parei de olhar. Desci do sofá. Ah, vai tomar no cu! Era pra eu estar lá, todo lambuzado e massageado pelas mãos lindas da Montanha-Russa. Não o Pezão!!! Agora eu tenho certeza: não existe justiça neste mundo cruel.

Voltei para a cozinha, puto da vida.

A Maura estava sentada à mesa, devorando um baita pedaço de pão com maionese.

— O que foi, enjoou? — perguntou ela, de boca cheia. Um farelo de pão voou no meu olho esquerdo.

— Se eu soubesse que o ritual era aquele eu teria me candidatado também.

— Ah, fala sério. Meu irmão pirou de vez.

— Se ela estiver passando leitinho lá onde eu estou imaginando ele deve estar pirando mesmo, filho da puta sortudo dos infernos.

— E quem é aquele duende velho e esquisitão?

— É o mestre deles, sei lá! O cara parece o Mestre dos Magos.

— Meu, é isso! — E Maura caiu na gargalhada, parecia uma hiena com berne. — Era este personagem que eu estava tentando me lembrar. Meu, é igualzinho mesmo!!! 

Silêncio por alguns instantes. Enquanto isso o ritual continuava lá na sala. Dava para ouvir os malucos repetindo o tal "Babalu babaloá".

Maura retomou a conversa:

— O Murilo tinha me contado sobre este lance de Babalu Cósmico, mas eu pensei que era alguma sacanagem de vocês.

— Fizeram uma lavagem cerebral no seu irmão.

Ela me olhou espantada.

— Como assim, lavagem cerebral? É aquele negócio que eu vi na televisão um tempo atrás? Eles pegavam as pessoas, jogavam sabão em pó pelos ouvidos, depois jogavam água e sacudiam. As pessoas ficavam doidonas, Nando! Era horrível!

Meu, ninguém merece esta família.

Sua anta!!! Bom, não vou perder tempo discutindo, né?

— Exatamente isso, Maura, exatamente isso.

Ela continuou me olhando assustada, enquanto dava a última mordida no pão.

— Quando a mãe souber eu não quero nem estar perto — ela disse.

— Eu quero, vai ser muito engraçado.

— Você quer ver o circo pegar fogo, né?

— Claro, desde que não seja com o meu fósforo.

E caímos na risada, feito um casal de hienas correndo para o motel.

Ficou um resto de maionese no dedo dela. A biscate aproveitou a oportunidade e deu "aquela" lambida, carregada com segundas, terceiras e até quartas intenções. Pra terminar ainda ficou chupando o dedo, fazendo movimentos de vaivém. E o trouxa aqui olhando e babando, né? Meu, nós homens somos um bando de idiotas mesmo. Bastou a mina ficar chupando o próprio dedo lambuzado de maionese pra eu ficar de pau duro novamente.

Ela terminou a brincadeirinha com um sorrisinho bem sem-vergonha.

— Você só provoca, né? — falei.

— Por que diz isso?

— Porque eu sei muito bem que a fruta que você gosta é outra.

Ela arregalou os olhos.

— Pra mim toda fruta é fruta, meu bem.

— O que quer dizer com isso?

— O que vier eu traço, sem preconceito.

— Hmmmm! Então você ainda gosta de homem?

— E quando eu deixei de gostar? Parece besta, Nando.

— Sei lá, de uns tempos pra cá eu só vejo você com mulher.

— Nem é tanto assim. A gente é que se vê pouco.

De repente gritos vindos da sala. Acho que terminaram a purificação do Pezão. Foda-se, eu é que não volto lá pra ver.

— A loirinha do leite é um tesão, hein! — disse a Maura, tirando um maço de cigarros da sua bolsa.

— Maravilhosa, mas não é para o nosso bico.

— Por que não? Já consegui mulheres mais lindas do que ela, Nando.

Isso! Provoca esta pobre alma afetada!

— Não é esta a questão — eu disse. — Desista.

— Nunca. Quando encasqueto com uma coisa eu vou até o final.

— Sabia que estes malucos só podem trepar depois dos 40 anos?

— O quê? — a Maura quase caiu da cadeira. — Nem na era medivenal era assim?

Putz!!! Era medivenal foi foda.

— Não é era medivenal, é era medieval.

— Então! Meu, que absurdo! Não acredito nisso. Ninguém seria capaz de esperar tanto tempo.

— Pergunta pra ela.

— Bobagem. Quero ver se ela resiste ao meu charme. Quarenta anos o escambau! Nem na era medivenal eles faziam isso, Nando! Eu estudei, porra!

Não corrijo mais.

— Você não vai conseguir nem um beijo no rosto, Maura. Eu vi o jeitão da mina.

— Nando, quer apostar comigo?

Putz!!! Apostar? Ela se acha a última bolacha do pacote mesmo, hein! Entenderam a piada? Última bolacha do pacote. Admitam, esta foi boa!

— Que tipo de aposta? — perguntei.

— Vamos ver quem consegue levar a gostosinha pra cama.

— Nenhum dos dois. A mina é jogo duro.

— Meu, você é homem ou não é?

Porra, agora ela pegou pesado. Pau no cu da Maura.

— Apostado — falei. E selamos o negócio com um aperto de mãos.

— Legal. Agora precisamos definir um prêmio para o vencedor.

— Mas o prêmio não é transar com ela? Convenhamos, é um prêmio e tanto. Você viu aqueles peitinhos ... são os mais gostosos que eu já vi até hoje!

— Ah, fala sério, não exagera. Precisamos de uma premiação para o vencedor.

— Eu não tenho nada pra lhe oferecer.

— Deve ter sim. Eu vou pensar em alguma coisa.

Lembrei de uma coisa. Já sei o que vou colocar na aposta. Será que a anta topa?

— Eu quero o seu notebook — falei.

— Meu o quê?

— Deixa pra lá, pelo menos eu ten ...

— Não, sério, eu não sei o que é. Nóti buqui? Eu tenho isso?

— Sim, o Murilo disse que você queria usá-lo para enviar um e-mail e ...

— Ah, aquilo? Aquela porcaria não funciona. Mas se você quiser ...

— Eu quero! — meus olhos até brilharam.

Meu, fala sério ... eu vi o notebook da biscate, tem até gravador de DVD. E é claro que funciona! Basta a anta carregar a bateria, né? Dããããã!!!

— Negócio fechado — disse ela. E apertamos as mãos novamente.

— Já decidiu o que vai querer de mim se você ganhar? — perguntei.

— Ainda não, mas eu prometo que vou pensar com carinho.

De repente os malucos da seita invadiram a cozinha, vindo da sala. Acho que o ritual acabou.

— Babalu babaloá! — repetiam eles, empolgados.

Meu, eles não percebem como são ridículos e patéticos? Ah, fala sério! Um bando de marmanjo vestido de amarelo gritando "Babalu babaloá". Se algum dia eu entrar para esta seita vocês prometem que me matam? Obrigado. Confio em vocês, hein!

Eles passavam pela cozinha e iam direto para o jardim. Acho que estão indo embora.

O guri apareceu, estava branco feito um fantasma.

— O que houve com você, Murilo? — perguntou a Maura.

— Nunca vi nada parecido em toda a minha vida — respondeu ele, atônito.

— Você acreditou naquela veadagem? — perguntei.

Notei que o povo que passava atrás de mim não gostou muito do que eu disse. Foda-se!

— Sei lá, parece que o mano gostou. Ele está com uma cara tão boa!

— Mas é claro que gostou, pirralho! Você não gostaria de ter uma loira gostosa passando as mãos pelo seu corpo?

— Não na frente de todo mundo.

Pezão, Mestre Yoda e a Montanha-Russa finalmente apareceram. Ah, agora Pezão estava vestido. Ele estava usando aquela túnica amarela ridícula outra vez.

— Tudo bem com você, São Maurício? — eu disse.

— Hã? — respondeu ele, num tom meio abobalhado.

— Não transformamos o Cumbuca em santo, meu amigo — disse o Mestre dos Magos cover. — , ele passou por um processo de purificação do seu Babalu Cósmico.

— Foi lindo — disse a Montanha-Russa. 

Ah, foi! Lindo mesmo! Esfregar as mãos em mim você não quer, né? Vou mostrar o meu leitinho pra você, aí sim vai ser lindo.

A Maura não tira os olhos da Montanha-Russa, a maldita já deve estar tramando alguma coisa.

— Estou meio zonzo — disse o Pezão, sentando-se numa cadeira.

— É perfeitamente normal — disse o Mestre dos Magos. — , afinal de contas os espíritos fornicadores eram muitos dentro de você. Nunca vi tantos assim em todos estes anos.

— É mesmo, mestre? Eram muitos?

— Muitos eles eram.

— Babalu babaloá!

Silêncio por alguns instantes.

— Bom, eu preciso ir — disse o Mestre Yoda. — preciso regar minhas plantas. — Depois ele olhou para a Montanha-Russa. — Fique um pouco mais com o Cumbuca, Montanha. Ele precisa sentir a sua presença por mais algumas horas. Vocês estão ligados pelo leite da purificação. Pode ser perigosíssimo um afastamento abrupto.

— Sim, mestre — disse a Montanha-Russa, linda como sempre!

Mestre dos Magos fez uns gestos esquisitos e, antes de se despedir, disse pra mim:

— Você deveria se juntar a nós, Nando.

— Eu? Mas eu já sou um menino tão puuuuuuuuuuro.

— Enganado você está. Vejo forças estranhas no seu Babalu Cósmico.

— Bom, ninguém é perfeito.

E o baixinho me olhou estranho. Cruz credo! Este anão tem um olhar esquisito pra caralho. Dá medo, oh!

— Babalu babaloá! — disse ele, antes de cruzar a porta da cozinha e ir embora.

— E que a Força esteja com você! — falei baixinho.

De repente imaginei o Pigmeu aqui com a gente. Já imaginaram o maluco dando uns tapas na careca do Mestre dos Magos? Pá!!! Tinha uma joaninha em você, Nelson Ned!

Maura levantou-se da cadeira. Lá vai ela encarar a Montaha-Russa.

— Qual o seu nome? — perguntou ela, num tom de voz bem diferente do normal. Meu, isso é voz de chaveco! Eu conheço muito bem este tom.

— Bom, meu nome de batismo é Narishcova Antropovalona.

Caralho!!! Prefiro Montanha-Russa mesmo. O nome da mina parece nome de remédio pra enxaqueca.

— Uau! — disse a Maura, arregalando os olhos. — Que sexy! Sempre gostei de nomes russos.

— Na verdade é polonês.

— Você tem uns olhos maravilhosos, sabia?

Porra, a Maura está partindo pra cima com tudo! Assim não dá! Preciso fazer alguma coisa.

— Montanha — eu disse, chamando a sua atenção. Ela olhou pra mim. — , pela sua descendência você deve sentir uma certa atração pelo frio, não?

— Sim, eu adoro o inverno, é a minha estação favorita.

Opa! Exatamente o que eu queria ouvir. Vocês ainda não entenderam? Simples, vejam e aprendam com o verdadeiro mestre:

— Amanhã nós iremos pra Campos do Jordão — eu disse. — Gostaria de ir conosco?

— Campos? — seus lindos olhos até brilharam. Finalmente vi um sorriso naquele rosto perfeito. — Nossa, eu adoraria!

— Então vamos, ora! Será um prazer tê-la conosco.

— Muito obrigada pelo convite! Amo aquela cidade!

E a gatinha com nome de remédio me deu um puta abraço apertado. Acreditam?

Eu sou foda.

Mas eu não sabia se ficava contente por ter recebido o abraço ou se chorava por estar tão perto daqueles peitinhos e não poder fazer ... fom-fom, bi-bi!!!