As Aventuras de Nando & Pezão

“A Garota dos Cabelos Verdes”

Capítulo 5 – Uma Mão Lava a Outra

— Você nunca viu um cocô na sua vida? — perguntei.

— Cocô eu já vi muitos, mas aquilo ali ... não!

Fomos até a tal privada e demos de cara com algo que nunca tínhamos visto em nossas vidas. Perdi até o fôlego, só consegui abrir a boca para dizer:

— Santa Pixirica!!!!

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— Mas que merda é aquilo ali? — perguntou Pezão, olhando espantado para a privada.

— Parece um pinto — falei.

E realmente parecia. O mais curioso é que estava até meio ereto. Mas isso é possível? Bom, não tenho a menor idéia. Talvez seja de borracha, não é? Quem jogaria um pinto na privada de uma pizzaria? Eu, hein!

O gerente olhou para mim e disse:

— Não parece. É um pênis.

— Sei lá, pode ser de borracha.

— É um pênis, caramba!!!! — repetiu o gerente, sério.

— Caralho, mas como é que ele veio parar aqui?

O garçom aproximou-se de nós e disse:

— Vi o jeito como vocês entraram no banheiro — e olhou para o Pezão. — Principalmente você.

Pezão ficou puto.

— O que tem eu? Por acaso você acha que aquele pinto morto ali é meu?

— Eu não disse ...

Antes que o cara terminasse a frase Pezão abaixou o zíper da calça e botou seu pinto pra fora.

— O meu está aqui, ó! — e balançou o dito cujo.

O gerente ficou indignado, ou sei lá ... só sei que arregalou os olhos e deu o maior escândalo.

— Vira este negócio pra lá! Eu só quero saber como aquilo veio parar na minha pizzaria!

Pezão colocou o bilau pra dentro da cueca outra vez.

— E o que nós temos a ver com isso? — falei.

— Vocês têm culpa no cartório — disse o maldito garçom.

Minhas veias saltaram. Eu quase peguei o filho da puta pelo pescoço.

— Seu bosta, se você prestasse mais atenção teria visto um maluco deixar o banheiro alguns segundos antes de nós. Foi ele que jogou este negócio aí na privada.

— Depois de dar uma bela cagada, é claro — falou Pezão.

O gerente colocou novamente o lenço sobre o nariz, deu uma boa olhada para o bagulho dentro da privada, coçou o topo da cabeça por um instante e disse:

— Vocês lembram como ele era?

Antes que pudéssemos responder o maldito garçom interveio:

— É mentira deles! Não vi ninguém saindo ...

— Não perguntei pra você, perguntei? — disse o gerente.

Aaaaaaaaaaaaaoooooooooooooo!!!! Tirou grandão!!!! O garçom ficou até azul, não soube o que fazer.

— Perdoe-me, senhor — disse ele, de cabeça baixa. Estava puto da vida.

Aproveitei e respondi:

— Era um cara muito esquisito, isso sim.

Pezão me ajudou:

— Era baixinho, meio careca e tinha uma cara de cuzão como eu nunca vi antes.

— Verdade. Tinha mesmo.

O gerente coçou a cabeça outra vez.

— Eu não quero a polícia envolvida nisso. A pizzaria acabou de ser inaugurada, não quero má publicidade. Seria uma tragédia para nós.

— Será que o careca matou o dono do pinto? — perguntou Pezão.

Apesar da pergunta ter sido formulada com total seriedade eu não resisti e caí numa puta gargalhada.

— Perdoe-me, não pude evitar.

O gerente fez o sinal da cruz e apertou a descarga.

— Se matou eu não quero nem saber. Eu só quero esta porcaria bem longe da minha pizzaria!

O pinto rodou, rodou, rodou, mas não foi embora. Continuava ali, ligeiramente ereto, boiando junto com alguns restos de merda.

De repente um rapaz entrou no banheiro. Assim que nos viu ali parados olhando para a privada ele arregalou os olhos de curiosidade.

O gerente fez sinal para o garçom entrar na frente e cobrir a cena. O rapaz virou-se para o mictório.

— Ninguém mais pode ver isso aqui! — sussurrou o gerente, nervoso.

Apertou a descarga novamente. O rapaz continuou fazendo seu xixi normalmente. Imagine só o que está se passando pela sua cabeça. O cara entra no banheiro pra mijar e encontra quatro caras olhando para uma privada. O que você pensaria? 

O pinto rodava, rodava, rodava, mas a descarga não conseguia despachá-lo.

— Vai embora, filho da puta! — gritou o gerente, descontrolado.

Na verdade ele gritou para o pinto na privada, mas o rapaz pensou que tinha sido com ele. Ficou uma fera.

— Filho da puta é você!

O gerente ficou até branco. Largou a mão da descarga e foi pedir desculpas para o cara.

— Perdoe-me, eu não falei aquilo pra você.

O cara olhou meio desconfiado.

— O que vocês tanto olham aí?

— Foi só uma privada que deu defeito — disse o garçom.

O cara ficou ainda mais desconfiado, vindo em nossa direção.

— E uma privada com defeito precisa de quatro marmanjos pra arrumar?

Enquanto ele se aproximava tentamos entrar na frente da privada, mas não adiantou. O cara esticou o pescoção e viu o pinto boiando.

— Meu Deus! — disse ele, espantadíssimo. — O que é aquilo ali?

Apontei para o Pezão e falei:

— Meu amigo comeu muita lingüiça e deu no que deu.

Pensei que Pezão ia ficar puto, mas acabou entendendo a brincadeira. Mas o cara continuou com aquele olhar de criança pentelha.

— Ah, fala sério! — ele disse. — Lingüiça o caralho! Aquilo ali é um pinto!

O gerente pulou miudinho. Suava em bicas.

— Pinto? Que pinto? Muito brincalhão o senhor.

— Caralho, deixa a minha namorada saber que vi um pinto jogado dentro da privada do banheiro. Ela não vai acreditar.

O gerente quase teve um treco do coração.

— Nãooooooooooooooooo!!!! Pelo amor de Deus, não faça isso, eu imploro.

— Pode implorar o quanto quiser. Uma história dessa a gente não guarda. Espalha!

Putz!!! Será que o cara é irmão do Pezão? Até eu estou ficando com antipatia do babaca, imagine o gerente.

— Dou-lhe três meses de pizza grátis, o que acha? — disse o gerente, suando frio.

— Como é que é? Três meses?

— Sim, três meses — confirmou o gerente, coçando novamente a cabeça. Meu, acho que o cara tem piolho. — É pegar ou largar.

O cara pensou um pouco e disse:

— Um ano inteiro.

— Um ano? Está maluco?

— Tudo bem então, mas amanhã bem cedinho dê uma olhada na primeira página do jornal.

O gerente tentou partir pra cima do cara. O garçom o segurou. E o cara continuou a provocação.

— Um ano. É pegar ou largar.

O gerente estava até bufando de raiva, mas acabou aceitando. 

Ah, nem preciso dizer que nós também ganhamos um ano de pizza na faixa, né? Estão pensando o quê? O cara é esperto, mas nós também somos. Entramos no vácuo.

A descarga não conseguiu despachar aquele pinto misterioso. O garçom pegou um saco de lixo e retirou o bagulho da privada. Embrulhou-o muito bem e sei lá o que fizeram com aquilo. Pezão e eu voltamos para nossa mesa, finalmente.

As minas estavam furiosas. Bom, pelo menos não foram embora sem a gente.

— Mas que diabos aconteceu lá dentro? — perguntou Carolina.

— Um pequeno probleminha com uma das privadas — respondi.

— Ah, fala sério! — disse Caroline.

Puuuuuuuuuuuuuutz grila! O bafo de cebola foi tão forte que quase me derrubou.

— Aconteceu alguma coisa — insistiu Carolina. — Conta aí, vai!

— Aconteceu nada não — disse Pezão, chegando junto da mina.

Carolina afastou-se um pouco. Acho que já sei o motivo.

— Ah, e vocês dois continuam fedendo, viu? — disse ela.

Eu já desconfiava.

— No motel tem chuveiro — falei, após uma piscadela para a Caroline.

Ela sorriu e me deu um beijo de língua. O gosto de cebola tomou conta até do meu cérebro. Quase vomitei. Mas fingi que estava tudo bem. Peguei duas balas de hortelã do bolso e ofereci uma pra ela. A irmã percebeu o que eu tinha feito e caiu numa gargalhada monstruosa, parecia uma hiena descobrindo os prazeres da masturbação pela primeira vez na vida.

— Vocês são duas figuraças, sabiam? — disse ela, ainda rindo muito.

— Vamos para o motel ou não? — disse Pezão.

As duas irmãs trocaram olhares, sorriam sem parar.

— Vamos? — disse Caroline encarando a irmã, e jogou a bala de hortelã na boca.

Carolina sorria, mas um sorriso meio constrangido, ela não parecia muito animada.

Pezão passou a língua na orelha da mina. Putz! O cara sabe como ser sutil, né? Fala sério. Por muito pouco Carolina não lhe deu um tapão nas fuças.

— Vai ser divertido, mana! — falou Caroline. — Além disso você precisa mesmo tirar a teia de aranha, né?

Teia de aranha? Ah, fala sério! Duvido! Uma gostosa daquela não acumula teia de aranha ... de jeito nenhum! A não ser que seja por vontade própria, é claro.

— Cala esta boca, oh! — disse Carolina, meio envergonhada. 

— Você vai embora na segunda-feira, não vai?

— Segunda-feira? — disse Pezão.

— Vou.

— Hoje mesmo você me disse que os dias em que passou aqui foram tediosos. Então aproveita esta noite pra tirar o atraso, ué!

Pezão até arregalou os olhos.

— Sua irmã tem toda a razão — disse ele.

Lasquei uma mordida gostosa no pescoço de Caroline. Ela contraiu-se toda.

— Ai, Nando!

— Gostou?

— Muito. Faz de novo!

Carolina estava na maior viagem. Parecia em transe. Mas acordou.

— Querem saber? — disse ela. — Foda-se, vou trepar até amanhã de manhã.

Nem preciso dizer como ficou a cara do Pezão ao ouvir isso, né?

— Isso aí, mana — disse Caroline, enquanto eu a mordia feito um vampiro enlouquecido.

— Carpe dien! — finalizou Carolina.

E deixamos a pizzaria. Não pagamos nenhum centavo, é claro. Esqueceram do nosso acordo? Passamos pelo gerente e ele fez aquele famoso sinal de "bico fechado" para nós. Fizemos sinal de positivo e saímos de fininho.

Entramos no carro.

— Vocês não perceberam nada? — disse Carolina.

— Como assim? — falei.

— Meu, vocês não pagaram a conta! Nós comemos duas pizzas inteiras.

— O gerente é amigão nosso — disse Pezão, enquanto pisava fundo no acelerador.

Da queimada dos pneus até o motel eu não me lembro de quase nada. Só sei que durante o caminho eu quase comi a Caroline ali mesmo no banco de trás. Num determinado momento minha mão entrou lá onde a calcinha faz a curva. Putz, que delícia! Caroline também não tinha nada de santa, senti sua mão esquerda acariciando o Nando Júnior por várias vezes. Loucura, loucura, loucura!!! É hoje!!!

Tudo bem que o bafo de cebola está monstruoso. Mas tenho mais balas de hortelã. E se as balas não resolverem eu caio de boca em outros lugares ... se é que vocês me entendem.

Entramos no motel.

Enquanto Pezão ia em marcha lenta procurando os quartos ... Carolina disse algo que nos pegou de totalmente de surpresa.