As Aventuras de Nando & Pezão

“A Garota dos Cabelos Verdes”

Capítulo 3 – Conhecendo a Irmã

— Responde que sim, aí a gente sai pra balada hoje! Que tal?

Tentador, hein! Ah, foda-se, vamos nessa! Tomara que a irmã seja uma mocréia!!! Tipo uma Lelê 2 – A Missão.

— Beleja — respondi.

E peguei o celular novamente.

— Cadê você, porra??? — gritou Pezão, quase me deixando surdo.

— Larga o celular e trata de tomar um banho — falei.

— Por quê?

— Porque hoje nós vamos sair pra balada !!!

----------------------------------------

Pelo menos desta vez eu não corro o risco de ficar com a patinha feia da história. Lembram da Lelê, não é? Lelê, filhote de demônio com urubu sem asa. Lelê, coisinha cuspida do inferno pela boca de um dragão. Lelê, menininha horrível que ronda os pesadelos das crianças ranhentas. Não desta vez. Agora quem corre o risco é o filho da puta do Pezão. A minha está garantida. Caroline é um tesão. Tudo bem que eu vou precisar dar um fim naqueles cabelos verdes, mas é apenas uma questão de tempo.

Saí do banho e minha mãe deu aquela olhada que só mãe sabe dar, depois disse:

— Vai sair?

— Vou, mãe.

— Posso saber pra onde?

— Eu queria fazer surpresa, mas já que a senhora insiste ... vou ao shopping comprar o seu presente.

Maior mentira, né? Mas já aprontei tanta merda hoje, eu precisava terminar a noite de bem com a mama. Ela abriu um sorrisinho maroto e me disse:

— Ah, não precisa, não ligo para presentes.

Toda mãe diz isso, mas no fundo todo mundo gosta de receber presentes. Até eu gosto! De todos os presentes que eu já recebi até hoje o melhor foi um pacote de camisinhas. Grande Claudinha! Foi a namorada mais safadinha entre todas as que eu tive. A mina era super tarada. Quando eu conto ninguém acredita, mas eu já transei num velório. Sério! Culpa da Claudinha. Estava quase a família inteira da mina no velório do tio e de repente a mina pega no meu braço e me arrasta para um canto, sussurrando no meu ouvido: "corre pro banheiro, eu to com vontade". Mantive minha cara de velório e fui saindo de fininho até o banheiro. Um minuto depois ela apareceu. Pode não ter sido a melhor transa da minha vida, mas com certeza foi a mais bizarra. O lugar tinha um puta cheiro de morte. Sinistro. Quando terminamos estávamos molhados de suor. A tarde estava quente. Voltamos para a salinha onde estava o defunto e a mãe da mina me solta uma dessa: "Nossa, Claudia, eu não sabia que você gostava tanto assim do seu tio! Está ensopada de lágrimas". Poxa, agora bateu saudade da Claudinha. Por onde será que anda aquela guria? Foi com ela que fiz sexo anal pela primeira vez. Fiz para atender aos pedidos dela, pois sinceramente eu não tinha muita vontade de experimentar. Não vejo muita graça em colocar o Nando Júnior num buraco feito pra evacuar nossa merda. Tem amigo meu que é fascinado por um cu, só porque é apertadinho e tal. Ah, fala sério! Eu acho que quem curte anal é porque tem o bilau pequeno e não consegue se divertir em "outras áreas". Modéstia à parte eu não tenho este problema. Sei brincar em todos as atrações do parque. Se é que vocês me entendem.

Campainha tocando. Deve ser o maleta sem alça.

Passo pela sala e a mama está abraçada com o meu pai no sofá. Cena raríssima de se ver. Até fiquei um pouco espantado. Ela me olha de soslaio e diz:

— Não precisa ser nada caro, viu?

— Hã?

— O meu presente. Não precisa ser caro.

— Ah, entendi. Pode deixar, mãe — antes de sair eu disse: — Juízo vocês dois, hein!

Pezão dentro do carro com o som no máximo. Nem sei se conto qual música ele está ouvindo. É muita queimação de cara. Talvez vocês reconheçam este trechinho ... "hoje é festa lá no meu apê ... "

— Porra, Pezão ... não tem outra coisa melhor? Desliga isso, cacete!!!

O volume está tão alto que ele nem ouviu o que eu disse. Dei a volta e entrei no carro. Ninguém merece, tocar Latino num puta som desse é a mesma coisa que você sair com a Fernanda Lima e comer a Dercy Gonçalves.

"Vai rolar bun" ... e abaixei o volume até o zero.

— O que você está fazendo? — gritou Pezão, puto da vida.

— Porra, meu ouvido não é pinico!!!

— Nem o meu, mas a mulherada gosta.

— A mulherada também gosta de pinto. Pendura uns no carro então!

— Vai se foder.

— Fica frio, as minas que eu descolei ouvem música de gente. Enquanto eu conversava com elas eu ouvi até Nirvana tocando ao fundo.

— Então esquece, você não vai comer ninguém esta noite.

— Por que não?

— As minas que você arranja só curtem axé e o caralho.

— Não desta vez.

E Pezão saiu queimando borracha.

Durante o caminho até a casa das irmãs eu fui contando para o Pezão como nos conhecemos. Antes de tudo troquei o CD, é claro. Vá ouvir bundalelê no raio que o parta!!! Eu, hein!!!

— Então você conheceu a mina hoje num supermercado?

— Pois é. Sou foda ou não?

— Grande bosta. Eu chavequei a Maira numa casa de ração. 

— Maira, que Maira? Ah, aquela que deu um tapão na sua cara?

— Porra, só porque eu peguei uma coleira e falei pra ela: "quer ser a minha cadelinha?". Biscate.

E finalmente encontramos a casa das irmãs. Modesta, porém decente. O Fusca vermelho estacionado na garagem confirmou o endereço. É hoje!!!

— Se a irmã da mina for um bagulho eu saio fincando — falou Pezão, olhando para o portão da casa.

— Ué, você não disse que está catando qualquer coisa?

— Mulher feia é igual trator, só serve pra trabalhar, não dá pra passear.

— Fica frio, se ela tiver 20% da beleza da Caroline você já estará no lucro esta noite.

— Sei lá, hoje eu não estou com saco pra matar dragão.

Saí do carro e procurei por uma campainha. Não encontrei. Bati palmas.

Pezão, só pra me sacanear, colocou aquela maldita musiquinha do Latino outra vez. Nem preciso dizer que subiu o volume até o gargalo. Filho da puta.

Mostrei aquele famoso dedo para ele e gritei:

— Tira esta bosta desta música!

Pezão começou a rir feito uma hiena passeando pela Disney. Comecei a ficar vermelho. Eu sentia minhas veias saltarem da testa. Olhei para ele novamente e gritei enraivecido:

— Abaixa esta porra, caralho!!! Vai tomar no seu cu, seu filho de uma puta dos infernos!!! Abaixa esta merda desta música ou eu vou até aí e chuto o seu traseiro gordo até o seu cu sair pela sua goela!!!

Pezão abaixou o volume. Quando eu me virei para a casa das irmãs havia um casal e um garotinho me olhando assustados. As mãos da mulher estavam sobre os ouvidos do garoto. Putz! São os pais e o irmão caçula de Caroline. Dei uma ligeira disfarçada e disse:

— Boa noite, a Caroline está?

— O que você quer com ela? — perguntou o coroa com um olhar ameaçador.

De repente ouvi Pezão cantando ao fundo ... "pode aparecer, vai rolar bundalelê!". Senti uma imensa vontade de arrancar o portão e jogá-lo sobre o carro. Infelizmente eu não sou um X-Men.

Caroline apareceu. Estava linda. Os cabelos verdes estavam molhados e amarrados para trás, o que amenizou um pouco sua tosquice. Usava um vestidinho preto bem curtinho e muito sensual. Decote revelador. Rapaaaaaaaz!!! Suas pernas saradas agora estão totalmente à mostra. Não vejo a hora de cair de boca nestas coxas. Ao me ver na calçada ela abriu um largo sorriso. Depois olhou para o coroa rabugento, dizendo-lhe:

— Pega leve, pai! É um amigo meu.

Amigo? Amigo o escambau! O que eu quero fazer com você nenhum amigo faz!

O coroa deu outra olhada feia pra mim e voltou pra dentro da casa resmungando muito. A mulher e o garoto foram logo atrás. Caroline veio ao meu encontro.

— Perdoe-me pela cara feia do meu pai. Ele é assim com todo mundo.

— Sem problema. Já estou acostumado com cara feia — e olhei para o Pezão.

Caroline acompanhou meu olhar.

— Olá! — disse ela, acenando para o Pezão.

— Caraaaaalho! — disse Pezão, quase despindo a mina com os olhos — Você é a Caroline ou a Carolina?

— Esta é a CaroliNE — respondi.

Ouvi passos atrás de mim. Era a irmã de Caroline que se aproximava. Torci pra que ela fosse medonha. Não é justo que o Pezão se dê bem às minhas custas, vocês não acham?

Mas ... quando notei Pezão arregalar os olhos eu notei que minhas preces não haviam sido atendidas. E não foram mesmo. Olhei para trás e dei de cara com Carolina. Simplesmente um tesão!

— Você deve ser o Nando — disse ela, estendendo sua delicada mão para mim.

— Sim, devo ser.

Fiquei petrificado com tanta beleza. Ela tem um olhar simplesmente incrível. Olhar de mulher fatal. Ela sorriu pra mim. Não vou dizer que ela é mais bonita que Caroline, pois não é. Ela é apenas diferente, a começar pelos cabelos ... vermelhos!!! Quase tão medonho quanto o da mana, porém o vermelho chama menos atenção que o verde de Caroline. Carolina é um pouco mais alta e um pouco mais magra. Pinta de modelo. Ela lembra um pouco a Sabrina Parlattore. Vestia uma blusinha branca um pouco transparente e uma calça jeans tão apertada e tão rebaixada na cintura que mais um pouco seria possível descobrir se ela é raspadinha ou não.

Pezão não resistiu e desceu do carro. Veio babando até Carolina. O filho da puta se deu bem. Descolei um puta filé pra ele.

— Meu, fala sério, como é que eu nunca vi você por aqui?

O rosto de Carolina ficou um pouco enrubescido, depois ela respondeu:

— Não moro aqui, só estou de passagem.

— Ah, mas então precisamos fazer com que esta passagem seja inesquecível, não?

Maldito Pezão dos infernos, copia até os meus chavecos mais furados.

Entramos todos no carro. Carolina sentou-se ao lado de Pezão, no banco da frente. Sua cabeça quase batia no teto do carro. Lembrei-me daquela propaganda do Fox, com uma loira do tamanho de um poste.

— Aonde vamos? — perguntou Carolina.

Por mim eu diria ... MOTEL !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Mas ... acabei dizendo:

— Podemos comer alguma coisa e depois cair na night.

— Boa idéia! — falou Caroline, empolgadíssima — Estou faminta.

— Abriu uma pizzaria nova lá no centro — disse Pezão, ligando o carro.

— Sim, a D'Angelos — disse Caroline. — Ouvi dizer que é muito boa.

— Demorou então.

E Pezão pisou fundo. As manas ficaram até um pouco assustadas.

Carolina pegou o porta-cd's do Pezão e começou a analisá-lo. Após olhar uns 7 ou 8 ela disse:

— Legais seus CD's. Seu gosto é parecido com o meu, com exceção do Iron. Não curto heavy.

— Que isso, gata, não curte Iron?

— Nem um pouco.

Caroline inclinou-se para frente, colocou o rosto entre os bancos e disse:

— Coloca um pagodinho aí pra gente!

Como é que é? Pagodinho? Ela virou o rosto pra mim e disse:

— Você curte pagode, Nando?

Meu, fala sério, na minha mente a resposta foi imediata e clara:

— Mina, vê se te enxerga!!! Eu lá tenho cara de quem gosta de pagode???

Mas ... não dá pra dizer tudo o que a gente pensa, né? Principalmente para uma mulher. Ainda mais se você espera um ... tchaca-tchaca no final da noite. Então respondi:

— Bom, não é meu estilo musical preferido, mas num churrasco à beira da piscina eu até escuto.

Resposta clássica, mas funciona. Se você é mulher e curte pagode certamente já ouviu esta resposta de um namorado ou pretendente. Vai por mim, se ele disse isso é porque ... ODEIA PAGODE!!!!!!!!

Enquanto eu respondia a mana colocava um CD pra tocar. Alice in Chains. Ótima escolha! Então quem estava ouvindo Nirvana enquanto conversávamos ao telefone era Carolina. E a maldição continua ... minhas minas só curtem música lixo.

— Ah, música estrangeira! — reclamou Caroline, sentando-se novamente ao meu lado — A gente não entende patavina do que eles estão cantando!

— Talvez se você fizesse um cursinho de inglês passaria a entender — disse a irmã.

Eeeeeeeeco!!! Caralho, até eu fiquei sem graça. Caroline ficou uma fera!

— Ah, dá um tempo, falou? Eu não sei inglês, e daí? Grande porcaria.

Esperei a tensão abaixar um pouco e perguntei pra Caroline:

— Eu pensei que você era clubber.

— Aquelas patricinhas que só curtem música eletrônica?

— Isso. Quando eu vi seus cabelos verdes eu cheguei a pensar.

— Nem sou. Odeio música eletrônica. Só fica naquele "tum ti tum ti tum". Podre!!!

De repente ouvi uns gemidos vindo da frente. Era Pezão. Meu, o que está acontecendo? Será que Carolina está tocando uma punheta pra ele? Fala sério, se for isso mesmo eu me jogo pra fora do carro agora mesmo.

— Hmmmmmmm! Oh! Hmmmmm!

Todo mundo começou a olhar para o Pezão. Dei uma olhada com mais atenção e vi que as mãos de Carolina estavam sobre suas próprias pernas. Ufa! Ela não estava tocando punheta pra ninguém. De repente Pezão fez um movimento brusco com o volante e encostou o carro num canto. Caroline e eu fomos jogados para o lado. Como não sou bobo nem nada caí com as mãos sobre os peitos dela. Nossos rostos ficaram face a face. Acabamos nos beijando. Língua e tudo mais. Foi maravilhoso.

— O que aconteceu? — perguntou Carolina com uma voz assustada.

— Sei lá — disse Pezão com uma voz ofegante — , de repente eu senti uma tontura e por um instante quase apaguei geral.

Terminamos o beijo. Caroline sorriu pra mim, depois ajeitou os peitos dentro do vestido. Após endireitar-me novamente no banco perguntei:

— Que gemidos foram aqueles, Pezão? — e comecei a rir feito uma hiena chupando cana.

— Cala esta boca — ele respondeu, puto. — , não teve gemido nenhum.

— Pior que teve sim, viu? — disse Carolina.

— Parecia até que estava ... gozando — disse Caroline.

E todos caímos na gargalhada. Exceto Pezão, é claro.

— Olha, você tem certeza de que está bem? — perguntou Carolina. — Você poderia ter causado um acidente grave girando o volante daquela forma.

Pezão ficou meio sem graça. O cara está estranho. Alguma coisa aconteceu. Será que é tudo charme pra beijar Carolina? Não, acho que não.

— Estou bem — respondeu ele, não passando muita confiança em suas palavras.

— Se quiser eu dirijo — disse Carolina.

— Não, não precisa, estou bem.

E Pezão saiu fincando outra vez. Caroline grudou em mim e nos beijamos outra, e outra, e outra, e diversas outras vezes. O bicho está pegando. Já meti até as mãos nas coxas. É hoje!!!

Nem percebi quando chegamos à pizzaria. Só ouvi alguém me chamando:

— Oh, vocês dois aí atrás! — era a Carolina. — Se quiser a gente deixa vocês num motel! — e deu uma risadinha.

Afastei meus lábios de Caroline por um instante e falei para a irmã:

— Por mim já estaríamos lá.